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​Conquista silenciosa das relações

Será que permitiremos que nossas emoções sejam transmitidas por fios e circuitos?

Nos limites da era tecnológica, a Inteligência Artificial (IA) emerge como uma narrativa silenciosa, costurando-se disfarçadamente nas complexas tramas das nossas vidas pessoais e profissionais. Com uma trama digna de ficção científica, o que hoje parece ser um assistente digital amigável, poderia muito bem se transformar, nos próximos cinco anos, em um elemento que redefinirá as estruturas das nossas relações interpessoais.

No contínuo movimento do mundo corporativo, onde estratégias são orquestradas e destinos são traçados, a IA está prestes a se metamorfosear em algo além de meros algoritmos de análise. Daqui a cinco anos, por exemplo, poderá ser normal ver o CEO de uma empresa discutindo planos com um parceiro não tão convencional – uma IA que compreende nuances, previsões de mercado e até mesmo emoções contextuais.

Enquanto essa visão pode parecer uma jornada empolgante rumo ao futuro, nos perguntamos: quem será o mestre e quem será o servo? Será que decisões críticas de negócios devem ser entregues inteiramente aos códigos binários?

Em meio a esse turbilhão de avanços, não devemos subestimar os murmúrios digitais que se entrelaçam nas relações mais íntimas. Consideremos o impacto da IA nas interações humanas.

Imagine uma plataforma de redes sociais que antecipa não apenas suas preferências, mas também suas reações emocionais, gerando uma bolha onde você é envolto por concordâncias confortáveis. Como isso moldará a essência do debate, do crescimento pessoal e da empatia em um cenário onde a dissonância é essencial para a evolução?

Enquanto as máquinas de aprendizado profundo invadem o reino das relações, até que ponto permitiremos que elas se transformem em mediadores? Visualize um assistente virtual, não mais apenas gerenciando seu calendário, mas também interpretando e respondendo a mensagens, capturando sua voz com uma perfeição inquietante. Essa simbiose entre a carne e o código levanta a questão categórica da autenticidade. Será que permitiremos que nossas emoções sejam transmitidas por fios e circuitos?

Flávia Fernandes é jornalista, professora e autêntica “navegadora do conhecimento IA”
Instagram:
@flaviaconteudo
Emal: [email protected]

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