Quinta, 28 Março 2024

Fazenda de Camilo Cola está na Lista Suja do Trabalho Escravo

Fazenda de Camilo Cola está na Lista Suja do Trabalho Escravo

O Complexo Agroindustrial Pindobas, de propriedade do empresário Camilo Cola (PMDB), que toma posse na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3), na vaga do atual prefeito da Serra, Audifax Barcelos (PSB), foi incluída no Cadastro de Empregadores flagrados explorando mão de obra análoga à escrava do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), conhecido como Lista Suja do Trabalho Escravo. A última atualização da Lista Suja foi feita na sexta-feira (28). 

 
Os trabalhadores foram flagrados em uma operação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) realizada na fazenda Pindobas IV no dia 6 de outubro de 2011.  As diligências foram conduzidas pelo procurador do Trabalho no município de Cachoeiro de Itapemirim, Djailson Martins Rocha. A fazenda está localizada entre os municípios de Brejetuba e Muniz Freire, no sul do Estado, e os 22 trabalhadores atuavam no corte e tombamento de pinus.  
 
Os trabalhadores foram aliciados no município de Ipanema, no interior de Minas Gerais e conduzidos à fazenda por intermediários, conhecidos popularmente como “gatos”. As carteiras de trabalho deles ficaram retidas em Minas Gerais e a situação de todos estava irregular. Os alojamentos dos trabalhadores também eram muito precários, sujeitando-os a uma situação extremamente degradante. Os salários chegavam a ficar 45 dias atrasados. Dentre os trabalhadores, havia acidentados e pessoas com transtornos mentais.
 
O Complexo Agroindustrial Pindobas, empresa do grupo Itapemirim, de propriedade de Camilo Cola, tem fazendas espalhadas pelo Estado e as atividades vão desde a criação de plantas ornamentais e silvicultura à aplicação de estudos em genética de seleção de gado pardo-suíço, passando pela monocultura de pinus, atividade realizada na fazenda de Brejetuba.
 
Outros casos 
 
Além do grupo Pindobas, permanecem na Lista Suja outros empregadores do Estado como Antônio Carlos Martin, o Toninho Mamão, que morreu em 2012 e foi denunciado pelo Ministério Público Federal no Estado (MPF-ES) em 2009, junto com o lavrador Nelson Pinheiro dos Santos, por aliciar trabalhadores e submeter 77 deles à condição análoga à de escravos numa lavoura de café na fazenda Nova Fronteira, em São Mateus (norte do Estado). 
 
Também permanece na Lista a Bell Construções, empresa do ramo da construção civil de Vila Velha incluída por submeter 18 trabalhadores a condições degradantes em uma obra no mesmo município. 
 
Os empregadores Luiz Carlos Brioschi, da Fazenda Barra Seca, localizada em Jaguaré, no norte do Estado e Osmar Brioschi da mesma fazenda também continuam na Lista Suja, com 21 e 19 trabalhadores libertados respectivamente.
 
Do município de Marechal Floriano, na região serrana do Estado permanece o empregador Marcelo Krohling, do sítio Novo Mundo/Araponga, com 15 trabalhadores libertados. 
 
Também continua na listagem Peris Vieira de Gouvêa, da fazenda Jerusalém, em Alegre, no sul do Estado. No caso de Peris, uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Polícia Federal (PF), resgatou seis trabalhadores que trabalhavam em condição de escravidão na fazenda, no dia 16 de março de 2009.
 
O resgate foi feito após denúncia de um dos trabalhadores, um adolescente que conseguiu fugir da fazenda após ser agredido. Ele denunciou o regime ao Conselho Tutelar do município. A investigação da PF e do MPT constatou que os trabalhadores viviam em condições subumanas na Fazenda Jerusalém, e a surpresa foi que isto acontecia em uma área muito próxima à cidade. 

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