Reintegração de demitidos da Findes vai a julgamento em maio
A Justiça do Trabalho realiza, no próximo mês, o julgamento em segunda instância do processo de reintegração de empregados do Sistema Findes - Federação das Indústrias do Estado - demitidos em 20 de maio de 2020, afetando 249 pessoas, a maioria funcionários com 10 anos ou mais de carreira, distribuídos no serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Social da Indústria (Sesi). Na época, a justificativa apresentada pela diretoria foi a Medida Provisória (MP) 932, que reduziu a receita operacional em mais de 50%.
No entendimento de funcionários e até mesmo de conselheiros do sistema, o motivo real foi em decorrência da reformulação do plano de cargos e salários, que afetou diretamente os empregados com maior tempo de casa.
Um grupo de 70 demitidos anunciou nessa sexta-feira (23) que elabora um manifesto para ser divulgado nos próximos dias, para "mostrar à sociedade a situação em que se encontram dezenas de ex-empregados, que foram desligados, apesar da pandemia do coronavírus".
Segundo um dos atingidos, Paulo César Ferreira, que passou mais de 15 anos no Senai de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, como professor na área de eletricidade, ocorreram contratações de profissionais em início de carreira, com salários mais baixos e sob o regime de horas trabalhadas. Ele aponta o fator idade como um dos impedimentos desse pessoal ser recontratado e cita ele próprio como exemplo. Paulo possui um pequeno negócio e faz trabalhos esporádicos na área de eletricidade.
"O pessoal antigo, mais idoso, passa por aperto, porque o dinheiro recebido na época da demissão acabou e não tem novas oportunidades de trabalho", lamenta.
A Justiça irá decidir sobre o recurso impetrado pelo Sistema Findes para anular a sentença da juíza da 3ª Vara do Trabalho de Vitória, Suzane Schulz Ribeiro, que declarou nula a "dispensa em massa praticada pelas reclamadas, determinando a reintegração dos trabalhadores dispensados, no prazo de cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 30 mil".
A ação civil coletiva (número 0000389-79.2020.5.17.0003) foi protocolada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) pelo Sindicato dos Empregados em Entidades Cultural, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional do Estado, logo após o anúncio da demissão em massa.
Os cortes foram definidos em reunião online do Conselho do Sistema Findes, realizado em 18 de maio, que aprovou um plano de demissão de 19% da folha do sistema. Por incluir o Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), as demissões atingiram funcionários admitidos por meio de processo seletivo, e, por isso, só poderiam ser demitidos por justa causa.
As demissões ocorreram nos últimos meses da gestão de Léo de Castro, sucedido pela empresária Cristhine Samorini.
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Comentários: 52
Realmente uma situação complicada, porque acabou prejudicando não só os profissionais, mas também os alunos que acabaram enfrentando várias dificuldades com relação a falta de professores.
Nós alunos do Senai, sentimos falta dos excelentes professores. Profissionais de conhecimentos diferenciados, que fizeram toda a diferença em nosso aprendizado técnico, o conhecimento que nós alunos do Senai temos foi proveniente a esses antigos professores
Infelizmente o Senai jogou fora os excelentes professores e está contratando pessoas com baixa capacitação em seu lugar. É uma pena que estejam acabando com uma escola que sempre foi referência para nós.
Fui funcionária do SESI de 04 de outubro de 2010 a 20 de maio de 2020, me senti surpresa, sempre dedicada e comprometida ao trabalho, atendendo as expectativas e sempre superando. Me senti bastante injustiçada, mas no início do mandato do Leonardo de Castro, na primeira conversa coletiva de funcionários com ele, pude perceber que ele estava ali somente por satisfazer seu ego GRANDE , até comentei no dia com um colega que ele não seria aquilo que falava, sua gestão foi apenas pra si mesmo, satisfação pessoal.
Infelizmente não se incomodou em dispensar mais de 200 pessoas em plena pandemia, sendo que tinha alternativas que nosso governo Federal propôs.
É imprecionante a falta de humanidade na qual fomos tratados.
Sou aluno do Senai de vitória, infelizmente após a demissão de vários professores de qualidade, agora nois alunos estamos tendo vários problemas em relação ao ensino, pois, após a chegada da pandemia as aulas passaram a ser por vídeo como fosse EAD, porém somos obrigados a pagar como presencial, que acaba sendo uma falta de respeito para com os alunos e responsáveis, sem dizer que o ensinamento Caiu mais de 40% infelizmente. Pois os professores que sobraram estão sobre carregados, e muitos não foram qualificado adequadamente para aplicar aula on-line,
Muitos alunos abandonaram o curso devido a falta de dinheiro e outros devido a queda no ensinamento.
Isso ai colaboradores e professores, lutem mesmo, pois vocês merecem. Afinal muitos de vocês viveram a favor da Findes e pela Findes, não é justo vocês serem tratados assim como um objeto, dps de 10, 15, 20 e 30 anos de serviços prestados serem descartado, precisar de algo estamos a disposição.
Alunos do SENAI.
Ninguém entendeu o critério e nem as justificativas para as demissões ocorridas em 2020 em plena pandemia.
Foram demitidos Professores experientes, responsáveis, trabalhadores e que nunca deram sequer um atestado médico.
Milhares de alunos que ficaram com suas formações prejudicadas, pois contrataram horistas com salários menores e com pouca ou nenhuma qualificação para dar continuidade as aulas interrompidas pelas demissões.
O prejuízo foi danoso para as pedagogias que ficaram também, pois as mesmas não sabiam nem como planejar as aulas, com Professores que demonstravam pouco conhecimento.
Indignação..!
Lamentável! Fui aluna no Senai Vitória em 2019 todos os meus professores tinham anos e anos de Casa EXCELENTES, fiquei em choque com essa notícia. Isso é injusto! E todas essas pessoas sabem disso, espero que o juiz seja justo com todos esses profissionais.
O que todos esperam é que seja feita a justiça. A muito tempo que vem acontecendo essa prática vergonhosa e desumana nesta empresa, isso precisa acabar
Que o juiz possa agir de forma justa para com os excelentíssimos professores do Senai, não tenho nada para reclamar de nenhum deles, é quase inacreditável saber de uma vergonhosa como esta!
corte de gastos? que desculpa besta. Nunca vi fazer uma reforma milionária e não ter dinheiro pra pagar funcionário. ridículo. Os alunos também foram muito prejudicados com isso.
Eliminar dos quadros do Sesi e Senai profissionais qualificados em meio a uma pandemia, sem se quer aplicar medidas alternativas legais para manutenção dos postos de trabalho só demonstra o caráter covarde e hipócrita da gestão do Sr. Léo de Castro, que inclusive o fez nas vésperas de sua saída da direção da Findes. No Sesi só ouvia relatos de desmonte das estruturas humanas nos últimos anos, mas no Senai presenciei estes atos cometidos pelos últimos "gestores" da federação, que só demonstraram desrespeito e desprezo aos alunos e profissionais desta tão prestigiada e reconhecida instituição. Espero e torço para que essa nova administração resgate a dignidade e valores que o Sesi e o Senai sempre mereceram.
Fico muito triste com toda a situação, lamentável.
Muito triste ver nossos excelentes professores passando por isso...
Corte de gastos? Como assim? Se contratou outros profissionais? Parece piada, mas fica brincando com a justiça do trabalho. Mandou gente embora com mais de 20 anos de trabalho, e fica investindo em propaganda na tevê. Isso não tem argumento palpável. Tem que readmitir e ser penalizada . Que a justiça seja feita com vigor
Injustiça demais, o governo deveria pensar menos em corte de gastos e pensar em uma sociedade mais humanizada, onde cada um tem uma família para sustentar, e depois de demitir contratam novos funcionários....
Deixo aqui a minha indignação, pela falta de respeito para comigo e minha família, quando com muita dedicação a mais de 28 anos trabalhando no Senai.
Espero por justiça, pois não houve sequer um pouco de consideração por nós trabalhadores sendo demitidos de uma forma tão absurda. Me sinto prejudicado, e até hoje estou fora do mercado de trabalho
Adelson Coutinho, venho relatar a minha indignação, a falta de respeito, covardia como foi a demissão em massa no sistema Findes, trabalhadores com mais de trinta anos de serviço prestado quase se aposentando que falta de respeito meu presidente.
Enquanto Diretor Administrativo do FINDES, acredito que foi o melhor que o Presidente pôde fazer pelos colaboradores. Todos os demitidos receberam indenizações, conforme preconiza a CLT, tiveram o plano de saúde prorrogado e receberam recomendações de recolocação no mercado.
O senhor enquanto diretor deveria ao menos realizar gestão de pessoas e utilizar os benefícios que o governo federal dispôs. Mas a sua forma de gerir é demitir!!! Aliás, meses após a demissão coletiva, a federação realizou redução de alguns salários, todos de baixos valores. Por que não reduziu o salário do alto escalão, assim como o seu?