Sexta, 19 Abril 2024

Ambientalistas e ruralistas querem debater regulamentação do Código Florestal

Movimentos ambientalistas e ruralistas pressionam a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, sobre a regulamentação do novo Código Florestal Brasileiro. Os ambientalistas cobram a criação de um grupo de trabalho com a participação da sociedade civil, pedido feito pelo Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Fboms). Já os representantes do agronegócio cobram que sejam publicadas alterações em itens do decreto que são criticados pelos grandes produtores.





Em carta entregue à ministra, os ambientalistas cobram a regulamentação de 12 temas, entre eles o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e os PRAs (Programas de Regularização Ambiental Estaduais), além da regularização ambiental da agricultura familiar. Ressaltaram ainda “a necessidade de uma criteriosa regulamentação e rigorosa implementação do novo texto legal, condição fundamental para não comprometermos os objetivos da política ambiental, em particular as metas estabelecidas no Plano Nacional sobre Mudança do Clima de zerar a perda líquida de florestas até 2015 e recuperar dois milhões de hectares de florestas nativas”. 



Além disso, rigor no acompanhamento das cotas de Reserva Ambiental;  do programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente; do embargo do uso de áreas desmatadas ilegalmente; da regularização para agricultura familiar e das áreas rurais consolidadas; da compensação e recomposição de reservas legais, assim como as  regras para integração dos sistemas estaduais de controle de origem florestal, com o georreferenciamento, disponibilização na internet e uniformização dos critérios técnicos para aprovação de planos de manejo nos estados.



Segundo eles, a preocupação é evitar que os imóveis ganhem o direito a recuperar menos, ou não recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais, e também o cumprimento do Programa de Recuperação Ambiental (PRA) por desmatadores.

 

Izabella Teixeira garantiu que o processo de discussão da regulamentação do novo Código Florestal será aberto à participação dos vários setores da sociedade e que um processo de consulta já começou, porém, ainda não foi definido como irá ocorrer esta participação.

 

Do outro lado, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) do Congresso pediu para acompanhar a regulamentação da nova lei e indicou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e Sociedade Rural Brasileira (SRB) para compor um grupo. A presidenta da CNA, Kátia Abreu, disse à ministra que os produtores vão esperar mais uma semana por alterações no decreto publicado na semana passada pelo governo federal.

 

Desde a ameaça de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o novo Código, essa foi a primeira manifestação do setor ruralista que critica, sobretudo, os trechos que tratam do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA).

 

Segundo publicado pela Agência Brasil, Kátia Abreu disse que o Poder Executivo sinalizou em atender o pleito dos ruralistas. Eles querem aumentar a área irrigada no País, de cinco milhões para 30 milhões de hectares. Eles cobram também a retomada da produção nas Áreas de Preservação Permanente (APP), ponto vetado pela presidente Dilma Rousseff. 



Prazo 

 
O Programa de Regularização Ambiental (PRA) previsto pelo novo Código Florestal entrará em vigor em 2014. Até lá, e após a adesão do agricultor no programa, serão suspensas as autuações por desmatamentos ilegais feitos antes de julho de 2008. Ruralistas reclamam do período para o cumprimento das obrigações, apontando que muitos estados ainda não possuem instrumento para a adesão dos produtores rurais. 
 
As multas por desmatamentos ilegais serão convertidas em serviços de preservação ambiental e o uso de terras rurais consolidadas estará regularizado. No entanto, deverão constar dos programas de regularização estaduais as sanções para caso de descumprimento dos compromissos firmados pelo proprietário rural.

 
Segundo o governo federal, com o novo código, o sistema informatizado criado pelo Ministério do Meio Ambiente será adaptado para atender a odos os estados brasileiros. As regras gerais para a implantação dos PRAs estão previstas no Decreto 7.830/2012, que também cobre lacunas deixadas por vetos da presidente Dilma ao projeto (PLV21/2012) que modificou a Medida Provisória (MP) do Código Florestal. 
 

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