Aracruz Celulose já planta eucalipto transgênico no Estado, afirma ambientalista
A propaganda da Aracruz Celulose (Fibria) sobre aumento da produtividade é mostra clara sobre os novos plantios transgênicos, segundo considera o presidente da Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema), Freddy Montenegro Guimarães.
Em caderno publicado no jornal A Tribuna nesse domingo (11), o presidente da Aracruz Celulose afirma que a empresa aumentará sua produção de “10 toneladas de celulose/hectare/ano, em 2011, para 15 toneladas de celulose/hectare/ano, em 2025”.
Diz o presidente da empresa que tal aumento será, entre outros, “por melhoramento genético” do eucalipto. E que a Aracruz Celulose vai produzir mais, com menos terra. Sobre estas afirmações não há outra interpretação possível: o eucalipto transgênico chegou ao Estado, alerta o presidente da Acapema.
É com alteração genética do eucalipto que a planta passa a ser colhida para uso industrial com cinco anos. Hoje o corte do eucalipto é feito aos sete anos. O eucalipto transgênico aumentará os danos produzidos na terra. Além de voraz consumidor de água, o eucalipto consome os nutrientes existentes no solo. O terreno plantado com eucalipto leva décadas a se recuperar em condições normais.
Freddy Guimarães quer que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) confirmem os plantios de eucalipto transgênico e a área plantada. E que mostrem os estudos dos impactos ambientais previstos nos Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e no respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) dos plantios.
O eucalipto é uma espécie que produz a desertificação de amplas áreas, pelos efeitos sobre outras formas de vegetação e, consequentemente, extinção da fauna. Também desvia de extensas glebas de terra, que poderiam estar produzindo alimentos, para o plantio da monocultura. O eucalipto só gera empregos durante o seu plantio.
Sobre a afirmação do presidente da Aracruz Celulose a respeito do aumento de produção da empresa, Dorizete Cosme, um dos coordenadores do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no Estado, quer saber qual a estratégia usada pela empresa para produzir mais eucalipto. Aponta que certamente o aumento dos plantios vai impactar mais intensamente o ambiente.
Em relação à intensificação da propaganda da empresa, também este dirigente do MPA afirma que no seu trabalho junto às famílias camponesas e nas jornadas de esclarecimento à população urbana, é mostrado que esta propaganda visa ludibriar a todos. Assinala que o poderio econômico da Aracruz Celulose deve ser considerado, pois pode levar esta propaganda a enganar muitas pessoas.
O MPA atua no Espírito Santo defendendo a produção natural, livre de agrotóxicos e com defesa da vegetação nativa. O movimento agrega 2.200 famílias em 32 dos 78 municípios capixabas. Para o trabalho de divulgação, o MPA reúne grupos de base com aproximadamente 20 famílias, cada.
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