Quarta, 24 Abril 2024

Deputado culpa ministro Gilmar Mendes por disputa de terras indígenas no Mato Grosso do Sul

 

O deputado Cláudio Vereza (PT) fez coro à preocupação dos capixabas que vem se organizando para a marcha desta terça-feira (30), em solidariedade ao povo Guarani-Kaiowá. Segundo ele, o conflito no Mato Grosso do Sul é resultado da ação do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que caçou o decreto do presidente Lula que reconhecia as terras em conflito, como terras do povo indígena da região. 
 
Segundo ele, manifestantes irão até a Assembléia Legislativa na noite desta terça-feira (30) entregar um manifesto assinado por estudantes e representantes de movimentos da sociedade civil organizada pedindo para que o governo federal e o STF evitem o genocídio na região de conflito. 
 
O deputado cobrou a presença dos demais deputados da Casa na chegada dos manifestantes na Assembleia Legislativa, programada para ocorrer as 20h30 desta terça-feira (30). 
 
A manifestação é em solidariedade à carta dos indígenas, que promete lutar por suas terras até o fim. Os índios, residentes em Pyelito Kue, no município de Navirai, no Mato Grosso do Sul, estão dispostos a morrer pela terra, na terra, sem jamais abandoná-la, conforme apontou o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
 
A marcha, que pode reunir mais de mil pessoas, segundo os organizadores, será realizada no trecho da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) até a Assembleia Legislativa, em Vitória, onde serão realizadas atividades. Na página do evento, os organizadores deixam claro que “querem basicamente que deixem os índios em paz na terra deles”. 
 
Os participantes prometem chamar atenção da população. Os manifestantes devem percorrer as ruas com velas, tochas, faixas, cartazes e com os rostos pintados. Segundo a organização, a marcha contará com uma hora de concentração na Ufes, a partir das 18h, onde serão confeccionados os materiais para o protesto.  
 
A carta
 
A carta do povo Guarani-Kaiowá é uma resposta à decisão definitiva da Justiça Federal de expulsão/despejo determinado no processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, em 29 de setembro deste ano. Os indígenas ressaltam que a decisão da Justiça decretou a morte coletiva Guarani e kaiowá de Pyelito kue/Mbarakay”. “Recebemos esta informação de que nós comunidades, logo seremos atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal de Navirai-MS. Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver na margem de um rio e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay”.
 
Vivendo há um ano acampados a 50 metros de rio Hovy, onde já foram registradas quatro mortes - duas de suicídio e outras duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros - os índios estão vivendo acuados, sem assistência alguma e sob a mira de pistoleiros. 
 
Os índios afirmam saber que no centro do território cobrado pela Justiça estão enterrados seus avôs, bisavôs e todos seus antepassados, e afirmam que querem ser mortos e enterrados junto aos seus parentes.
 
Ao todo, vivem na beira do rio Hovy, no município de Naviraí, 100 adultos e 70 crianças. Eles cobram a demarcação de suas terras tradicionais, hoje ocupadas por fazendeiros e guardadas por pistoleiros. 
 
A luta dos Guarani-Kaiowá contra as investidas de latifundiários do agronegócio já dura oito anos.
 
Serviço
 
Data: 30/10/2012
Local: UFES, em Vitória (18h-concentração)
Horário de saída: 18 horas - Concentração no Teatro da Ufes
19 horas – Marcha até Assembleia Legislativa
20 horas – Ato Público na Assembleia Legislativa com exibição de filme que conta a história dos Guarani-Kaiowá
- Manifestação de indígenas guaranis do ES
- Entrega de moção de repúdio à violência e expulsão dos Guarani-Kaiowá (MS)

Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/