Quinta, 28 Março 2024

ES excluído do mapeamento de estratégias utilizadas por agricultores no Semiárido

O governo federal irá mapear as estratégias inovadoras adotadas por pequenos agricultores para enfrentar os impactos da estiagem e das inundações no Semiárido brasileiro. Durante a primeira fase do projeto, serão mapeadas as iniciativas dos estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Paraíba, Alagoas e Minas Gerais. Embora 24 municípios capixabas estejam suscetíveis à desertificação, o Espírito Santo ficou de fora do trabalho. 

 
Conforme divulgado pela Agência Brasil, a iniciativa visa entender como as práticas sustentáveis têm impacto nos sistemas de produção e na qualidade de vida das populações locais. 
 
O trabalho será desenvolvido pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e pela Articulação do Semiárido (ASA), rede formada por mil organizações da sociedade civil que atuam nos estados do Nordeste e em Minas Gerais.

 
Serão mapeadas as atividades de 900 famílias com até 15 hectares de terra, perfil que engloba cerca de 90% das famílias que vivem no Semiárido a partir do ano de 2013. Em 2014, durante a segunda etapa, serão selecionados os exemplos com maior impacto e caráter inovador e que podem ser multiplicados com mais facilidade pelas famílias do Semiárido. 

 
As iniciativas serão avaliadas de forma científica. Também serão avaliados os impactos das estratégias na qualidade do solo e das sementes. Com base nos resultados apurados, formuladas sugestões de políticas públicas e de ações para outros institutos e organizações socais que atuam na região.
 
Desde 2009, o governo do Espírito Santo promete um plano contra desertificação. No ano passado, o  Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) contratou uma consultoria especializada para elaborar um estudo técnico sobre os aspectos físico-ambientais das “Áreas Susceptíveis à Desertificação no Espírito Santo”. Para ambientalistas, se o processo de desertificação não for revertido no Estado, a estimativa é que 36 milhões de pessoas venham a sofrer com o aumento da pobreza, migração, diminuição produtiva e outros fatores.
 
Compõem as chamadas Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD) os municípios capixabas de Águia Branca, Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Colatina, Ecoporanga, Governador Lindenberg, Mantenópolis, Marilândia, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pancas, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, Rio Bananal, São Domingos do Norte, São Gabriel, Sooretama, Vila Pavão e Vila Valério. 

 
Eles ocupam uma área de 16.679,69 km², equivalente a aproximadamente 36% de todo o território estadual, onde vivem, em média, 15% de sua população, segundo informações do Grupo de Trabalho Interinstitucional de Combate a Desertificação do Espírito Santo (GTI-CD/ES).

 
E, embora não incluídos na listagem, os municípios de São Mateus, Aracruz e Conceição da Barra também têm áreas desertificadas - o chamado deserto verde, composto pelos plantios de eucalipto da Aracruz Celulose (Fibria). Há, ainda, áreas desertificadas também em Rio Novo do Sul (próximas à BR) e Cachoeiro do Itapemirim (em direção a Presidente Kennedy).

 
Ao todo, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) reconhece a existência de cerca de 600 mil hectares de terras degradadas no Estado. Muitas destas áreas estão em franco processo de desertificação: a vegetação está degradada e o solo destruído.

 
Os estados brasileiros mais afetados e mais sujeitos à desertificação de suas terras são do Nordeste e incluem Minas Gerais e Espírito Santo. As áreas do País suscetíveis à desertificação e que se enquadram na Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação ocupam uma área total de 980.711,58 km2, o que representa 11,5 % do território nacional.

Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 28 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/