Sexta, 26 Abril 2024

Iema admite que emissões atmosféricas ultrapassam limites da OMS em Vitória

A avaliação sustentada há anos pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), de que é boa a qualidade do ar na Capital do Estado, onde estão situadas as indústrias de aço e mineração Arcelor Mittal e Vale, respectivamente, começa a ser desbancada, a partir dos debates realizados pelo Grupo Respira Vitória, na Câmara Municipal.  

 
Em apresentação para o grupo, o coordenador do Centro Supervisório da Qualidade do Ar do Iema, Alexsander Barros, afirmou que os níveis de poluição da cidade superam em muitos casos os níveis tolerados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

 
A afirmação não surpreendeu os ambientalistas presentes, mas foi considerada um avanço, considerando a luta dos movimentos sociais para que o órgão  reconheça que a poluição em Vitória existe em quantidades que prejudicam a saúde da população.  Ainda assim, há muito o que fazer, afirmam eles. 

 
De acordo com Alexsander Barros, “é relativo afirmar que a qualidade do ar em Vitória é boa”. Na prática, ao utilizar como referencia legal as previsões do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o Estado se distancia cada vez mais das medidas previstas pela OMS. 

 
Segundo o representante do Iema, os índices brasileiros também são muito superiores aos tolerados pela OMS. O problema na Capital, entretanto, é que as indústrias que emitem gases cumulativos pelo organismos estão praticamente dentro da cidade, atingindo diretamente a saúde da população. 

 
Na avaliação do Iema, em comparação aos padrões previstos pela OMS, as partículas inaláveis (PM10), ozônio (O3), dióxido de enxofre (SO2) e em algumas situações o dióxido de nitrogênio (NO2), são encontrados em quantidade muito além da permitida pelos organismos internacionais, apesar de não  ultrapassarem o que determina a legislação brasileira.

 
Para o vereador Serjão Magalhães (PSB), propositor do Grupo Respira Vitória,  o estudo feito pelo Iema comprova a necessidade de se criar novos padrões de emissões para o poluentes em Vitória.

 
Em comparação à legislação do Conama, o Iema afirma que nunca foi registrado a ultrapassagem dos padrões de emissões atmosféricas de PM10. Já aos padrões da OMS, todas as estações de monitoramento apontam a violação limites recomendados. 

 
O padrão para PM10, partícula inalável e prejudicial à saúde, por exemplo, é previsto pelo Conama em 150 mg/m³ para uma média de 24 horas. Em contrapartida, a OMS recomenda apenas 50 mg/m³, um terço do limite atual adotado pela cidade de Vitória. 

 
Entre os poluentes que chamam a atenção pela quantidade encontrada no ar da cidade, também está o dióxido de enxofre (média Conama de 365 mg/m³/ 24 horas ). De acordo com a OMS, a média permitida para esse poluente é de 20 mg/m³.

Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 26 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/