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Moradores de Vila Velha fazem ato em defesa da Lagoa Encantada no sábado

Os defensores do meio ambiente vão protestar, neste sábado (15), contra a destruição da mata atlântica na Área de Proteção Permanente (APP) Lagoa Encantada, em Vila Velha. A destruição da vegetação teve o aval do próprio Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).
 
O ato contra a destruição ambiental da Lagoa Encantada será realizado às 14 horas do sábado, na rodovia Darly Santos, em frente ao Sesi/Senai e ao posto Araçás. 
 
Para o ato, estão  sendo divulgado cartazes com a chamada: “Crime Ambiental! Vamos à luta em defesa da Lagoa Encantada!”. O cartaz aponta ainda a que a destruição é em APP, indicando a data,  horário e local da ação dos moradores.
 
Os moradores ainda não conseguiram identificar o infrator. Mas já sabem que o Idaf concedeu a licença para o desmatamento sem sequer ter visitado a área. Isto porque, o órgão deu licença para desmatar uma suposta área em estágio inicial de regeneração. Mas não é assim: os moradores mostram que no local há árvores de grande porte, o que indica que a mata está em estágio avançado de regeneração. Não pode, portanto, ser desmatada.
 
 
A ação dos predadores foi contida por moradores, que para isto tiveram que solicitar a presença da Polícia Ambiental. O embargo foi feito e está sendo mantido, mas os moradores temem que a qualquer momento o desmatamento seja retomado. Há risco maior que esta ação predatória volte a ocorrer no final de semana. Foi no final da semana passado que a ação de destruição foi realizada.
 
Lagoa e alagados
 
Ivanildo Sabino é do Fórum de Desenvolvimento Social e Ambiental do Grande Vale Encantado (Desea), criado há quatro anos e que atua em articulação com o Fórum Popular em Defesa de Vila Velha. O fórum foi criado para a defesa não só da Lagoa Encantada, como da região dos alagados do Vale Encantado, esta uma área de seis milhões de metros quadrados, cerca de 600 hectares.
 
A área protege os moradores do município de Vila Velha, pois contém as águas das chuvas que descem tanto pelo Rio Jucu, como do Rio Marinho. 
 
A destruição dos alagados e até das áreas próximas à Lagoa Encantada é realizada aos poucos: os criminosos vão aterrando devagar, pedaço por pedaço. E matando as árvores por anelamento, cortes realizados no seu caule. 
 
Esta área de preservação permanente, por sua extraordinária importância ambiental, vem sendo objeto de cobiça. Recentemente, os alagados foram cercados, uma medida apontada como arbitrária. Toda a região deveria ser uma reserva ambiental, como defendem os moradores.
 
Ivanildo Sabino  lembra que a região onde ocorreu o desmatamento na Lagoa Encantada tem espécies em risco de extinção: uma orquídea, a Eltroplectris calcarata, e uma espécie arbórea,  a Couratari asterotricha (imbirema)

 
Há, ainda, aves que só ocorrem nesta região. Tais espécies endêmicas correm o risco de serem exterminadas caso a destruição do local continue. Entre os pássaros da região, a pia-cobra (Geothlypis aequinoctialis), o quiriquiri, a saracura-do-banhado (Pardirallus sanguinolentus), o tricolino. No total, mais de uma centena de pássaros. 
 
A destruição da Lagoa Encantada, que perdeu cerca de um hectare no morro do Caracará no último final de semana, será denunciada ao Ministério Público Estadual (MPES), com requerimento para punição dos infratores, tanto os desmatadores, como o Idaf.  Além de retirar a mata atlântica, os predadores retiram a terra. Possivelmente para aterrar os alagados. Os moradores exigem, pela defesa do Morro do Carcará, que a área seja  reflorestada, com compensação ambiental pelo dano causado. 
 
A Lagoa Encantada tem área de 1.194.804,85 m² e localiza-se no sudoeste do entroncamento das rodovias Carlos Lindenberg e Darly Santos, no bairro Vale Encantado, Vila Velha. Há fragmentos de mata atlântica, manguezal e corpos hídricos, como a nascente do rio Aribiri.  

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