Quinta, 25 Abril 2024

Poluição do ar invisível para a CPI do Pó Preto afeta saúde dos funcionários

Poluição do ar invisível para a CPI do Pó Preto afeta saúde dos funcionários
A poucos dias do fim da primeira prorrogação do prazo de funcionamento que se deram, os deputados da CPI do Pó Preto da Assembleia Legislativa continuam sem conseguir enxergar a poluição do ar das três chaminés das usinas da Aracruz Celulose (Fibria). Um pó preto que afeta principalmente os trabalhadores da empresa, mas chega aos  moradores vizinhos. 
 
O pó preto da Aracruz Celulose (Fibria) afeta os moradores da Grande Vitória e do litoral norte capixaba. Não há só mau cheiro, mas também a presença de poluentes.
 
Artur Branco, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Química e de Papel (Sinticel-ES) por diversos mandatos, é o atual coordenador jurídico do sindicato. É também presidente do Centro Comunitário de Coqueiral de Aracruz (CCC).
 
Ele afirmou que a poluição do ar, o pó preto, da Aracruz Celulose (Fibria), afeta, sim, a saúde dos trabalhadores. Trata-se de um ambiente insalubre, como demonstram dez processos contra a empresa em tramitação no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
 
O sindicalista disse que não sabe quais são os tipos de gases lançados na atmosfera pela empresa, pois a investigação deveria ser realizada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). Mas afirma que estes órgãos são inoperantes, não fazem nada.
 
Para Artur Branco, a CPI do Pó Preto não investiga a poluição do ar pela  Aracruz Celulose (Fibria) pelo compadrio da empresa com os parlamentares. Financia a campanha de muitos políticos, entre os quais deputados. 
 
Além de poluir o ar com o pó preto, a Aracruz Celulose (Fibria) degrada o mar com os poluentes produzidos nas usinas. Os dejetos já chegaram a ser lançados sem tratamento no mar, com elevadas quantidades de dioxinas, agentes cancerígenos. Ingeridos pelos peixes, afetam os humanos. 
 
A empresa também degrada o solo, a água e contamina o ar com agrotóxicos com os seus eucaliptais, em todo o Estado.
 
CPI  
 
A CPI do Pó Preto da Assembleia Legislativa ainda não fez nenhuma reunião pública neste segundo semestre. A CPI já tinha se dado um novo prazo, que vence no inicio do mês que vem. Mas poderá prorrogar o prazo.
 
De providência pública anunciada, a realização de audiência em Cariacica. Mas ainda não foram divulgados local, dia e hora da audiência, anunciada pelo deputado Gilsinho Lopes (PR).
 
O relatório da CPI do Pó Preto da Assembleia estava previsto para ser divulgado no início de agosto. Mas houve um atropelo: a CPI do Pó Preto da Câmara de Vitória divulgou seu relatório, apontando que a poluição do ar mata os moradores. Também cobrou providencias enérgicas das autoridades com responsabilidades no setor. 
 
A CPI municipal apontou a total inércia e parceria de órgãos fiscalizadores, como o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) com as poluidoras. Foi além ao afirmar que existe parceria do Ministério Público Estadual (MPES) com a poluidora Vale, com quem assinou um Termo de Compromisso Ambiental (TAC), quando o enquadramento da empresa teria que ser em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que obrigações teriam que ser fixadas à empresa para controle das emissões.
 
Este fato exige um relatório mais contundente da CPI da Assembleia Legislativa, sob pena de confirmar sua condição de chapa branca: na sua criação foi apontada que seria uma blindagem para o governador Paulo Hartung (PMDB). 

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