Quarta, 24 Abril 2024

Projeto experimental vai cultivar garoupa no rio Piraquê-Mirim

O Instituto Peroá irá trazer o cultivo da garoupa pela primeira vez ao Espírito Santo. O projeto, baseado na psicultura marinha, consiste em avaliar a viabilidade técnica e econômica do cultivo dessa espécie de peixe, identificando a melhor forma de manejo nas condições dinâmicas do rio Piraquê-Mirim, em Aracruz, norte do Estado. A iniciativa contará com o apoio da comunidade indígena do município. 

 
A intenção é também contribuir na luta para reverter a crise devido à sobrepesca, reclamada por grande parte dos pescadores artesanais do Estado. O projeto será realizado na comunidade de Lajinha. 
 
Apesar de o Pais conter inúmeras pesquisas voltadas para  o desenvolvimento desta cadeia produtiva, lembrou o Instituto Peroá, a grande maioria está embasada em resultados de empreendimentos de grande porte, inviabilizando a adoção dessas técnicas em cultivos de pequena escala. 
 
A medida servirá como uma alternativa para as comunidades residentes na região, contribuindo para a preservação dos estoques nativos de peixes, para a questão comercial e social, visto que gera emprego e renda às comunidades locais.
 
“São poucos os trabalhos que buscam viabilizar a piscicultura marinha no contexto da agricultura familiar e gerar dados de viabilidade técnica e socioeconômica que possam pautar iniciativas de políticas públicas no incentivo ao desenvolvimento destes empreendimentos familiares, tais como linhas de crédito e programas estaduais e municipais de extensão e assistência técnica”, diz o projeto. 
 
Com a iniciativa é possível garantir o domínio da tecnologia de produção de peixes marinhos em pequena escala por comunidades locais. O que poderá elevar a produtividade e, consequentemente, diminuir a pressão extrativista sobre os recursos, estimulando a cadeia produtiva do pescado. 
 
Além disso, garante o Instituto, ao permitir o acesso desta tecnologia às comunidades locais, será possível evitar o desperdício de um rico conhecimento ambiental e das espécies que essas populações possuem. 
 
Além do Instituto Peroá, propositor do projeto, atuam como parceiros da iniciativa a Associação Comunitária de Pescadores e Catadores de Caranguejo de Lajinha (Apescal), Associação de Pescadores Indígenas, Associação de Pescadores e Maricultores de Santa Cruz (Apemasc), prefeitura de Aracruz e Grupo de Pescadores de Irajá .
 
Segundo o Instituto, 300 garoupas juvenis chegarão ao Estado na próxima semana para o primeiro cultivo. O trabalho é desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesca de Ubatuba, em São Paulo. 


O peixe garoupa é característico por ter corpo gordo, cabeça grande com relevos e espinhas, bocarra enorme e o pedúnculo da nadadeira  caudal curto e grosso. Presente em todo litoral brasileiro, é encontrado em fundos coralinos ou rochosos, onde têm o hábito de se esconder. Muitas garoupas têm cores brilhantes e padrões de coloração muito especiais que variam em cada espécie. São peixes que podem atingir um comprimento de mais de um metro.

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