Quinta, 18 Abril 2024

Reincidente em crime ambiental, CSA é multada em R$ 10,5 milhões

Uma chuva de prata formada por partículas da produção de ferro-gusa atingiu mais uma vez as casas da região das instalações da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) - uma parceria da Thyssen-Krupp com a Vale -, em Santa Cruz, na zona oeste da capital fluminense. A siderúrgica acusada de atingir casas com seus resíduos em Santa Cruz é reincidente no crime ambiental. A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro anunciou, nesta quinta-feira (1), aplicação de multa de R$ 10,5 milhões pelo incidente. 

A secretaria também determinou o pagamento de R$ 4,5 milhões para medidas de compensação. Entre elas, o plantio de 15 mil árvores no entorno e ações na área rural da comunidade São Fernando.



A siderúrgica já foi multada em agosto de 2010, em R$ 1,8 milhão por poluir o ar no entorno da siderúrgica com o pó de prata e tem o seu funcionamento contestado por moradores que apontam que a empresa não possui meios de impedir a poluição na região. Em janeiro de 2011 - após outro acidente -, a siderúrgica voltou a ser multada, dessa vez, em R$ 2,8 milhões.


 
Além disso, a CSA também foi obrigada a pagar uma compensação indenizatória de R$ 14 milhões e a assinar este ano um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o compromisso de modernizar seu processo de produção. 





“A minha paciência com a CSA acabou”, disse o secretário Carlos Minc à Agência Brasil, ao anunciar dados da fiscalização e o valor da autuação. “Não é a primeira vez que eles fazem esta lambança. Acenderam o segundo cartão amarelo. O próximo é suspensão”, completou o secretário, sinalizando que “pode embargar a companhia”. 



 
Os resíduos provocam o agravamento de problemas respiratórios, dermatológicos e alérgicos. 



 
CSU
 
A Vale recuou novamente e admitiu a possibilidade de revisão do cronograma para a construção da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), em Anchieta, sul do Estado, no mesmo modelo da CSA.
 
Em reportagem do jornal O Globo dessa segunda-feira (22), a direção da mineradora reafirmou a dificuldade na viabilização econômica do negócio, que aguarda um sócio majoritário para tocar as obras.
 
Segundo especialistas, a falta de parceiros se deve à crise que o setor passa em todo o mundo, porém, a própria mineradora já assumiu a dificuldade em conseguir o licenciamento ambiental do empreendimento, que deverá ser construído sob a comunidade Chapada do A, onde vivem famílias descendentes de indígenas. 
 
A comunidade, que já afirmou que não pretende deixar suas terras, é um dos impasses para a construção da siderúrgica. Além disso, o empreendimento enfrenta críticas quanto à poluição que será gerada e os impactos sociais previstos para a construção do empreendimento no sul do Estado. 
 
A reportagem de O Globo afirma que a direção da mineradora já comunicou às autoridades de que o projeto da CSU não estaria mais entre as prioridades da companhia.
 
O anúncio deu espaço a especulações sobre um possível desistência da implantação de uma siderúrgica no litoral sul do Estado, como ocorreu com a chinesa Baosteel, que também não se instalou na região em 2007.

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