Cobrança de deputados aumenta desgaste de ??ngelo Roncalli
O governador Renato Casagrande deve lavar as mãos e deixar que a Assembleia Legislativa faça o papel de algoz do secretário de Justiça, Ângelo Roncalli. Essa é a leitura nos meios políticos sobre a postura do governador no caso.
Nessa terça-feira (21), a cabeça de Roncalli teria sido cobrada ao Casagrande por alguns deputados, mas o governador preferiu não se comprometer, dizendo que iria esperar o resultado das apurações para depois tomar qualquer atitude.
Mas pelo jeito o recado entendido pelos deputados foi o de que Casagrande não vai punir o secretário, mas também não vai proteger, permitindo que as críticas se concentrem no caso, sem que a faca seja colocada em seu pescoço. As críticas oriundas da Assembleia, direcionadas ao secretário, trarão desgaste a Roncalli, sem que Casagrande precise entrar em rota de colisão com o aliado de seu antecessor.
Pelo tom do discurso do deputado Gilsinho Lopes (PR), na sessão dessa quarta-feira (22), as críticas não vão se restringir aos problemas encontrados nos contratos com o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases). O deputado alertou para denúncias nos contratos de fornecimento de alimentação e da escola penitenciária.
Para os meios políticos, se as apurações se intensificarem, a permanência do secretário na pasta pode se complicar. O deputado José Esmeraldo (PR) já propôs a criação de uma CPI na Assembleia para investigar as denúncias do Iases. As próprias declarações do secretário nos jornais dessa quarta-feira, foram vistas como uma “defesa prévia”. O secretário disse que “estava” secretário e que o cargo é de confiança do governador Renato Casagrande.
Dentro do Palácio Anchieta, o estouro do escândalo envolvendo uma autarquia da Sejus atinge diretamente o chamado núcleo de aliados do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Assim como Roncalli, são remanescentes do governo passado o secretário de Ação Estratégica, André Garcia; o presidente da Cesan, Neivaldo Bragato; o diretor da Companhia Anselmo Tozi (ex-secretário de Saúde); o secretário de Desenvolvimento, Márcio Félix; a secretária de Controle e Transparência, Ângela Silvares, entre outros.
A intenção do governo Casagrande é não criar atritos com o ex-governador, fazendo um processo de transição longo e progressivo, que se intensificaria após a eleição de outubro próximo, caso o socialista saia vencedor nos palanques que apoia no Estado.
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