Ferraço tenta transferir conta dos 11.98% para o governo
O presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), na primeira sessão após o retorno do recesso parlamentar, voltou a disparar contra o palácio Anchieta por conta da demora do governo do Estado em deliberar sobre a polêmica em torno do pagamento dos 11.98% aos servidores, As declarações de Ferraço provocaram várias leituras no plenário e nos meios políticos.
Para alguns observadores, a irritação do deputado tem vários motivos, que vão além da questão sindical. Para alguns deputados, Ferraço estaria, através da discussão dos 11.98%, tentando pressionar o governo. Ao ser eleito para a presidência da Casa, o deputado foi festejado porque defendeu o pagamento da dívida com os servidores.
O tempo passou, mas o deputado não conseguiu estabelecer um diálogo com o governo do Estado sobre o assunto. Diante da impossibilidade de resolver o problema, o deputado estaria transferindo a responsabilidade para o governador Renato Casagrande. No plenário da Assembleia, porém, os deputados acreditam cada vez mais que a dívida caminha para se transformar em precatório.
Outro ponto que influiu na retomada ríspida do tema foi a movimentação palaciana que sepultou a manobra para emplacar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que retoma a reeleição para a presidência da Casa. Nos bastidores, o comentário é que a conversa entre Casagrande e Ferraço para adiar a discussão para depois da eleição de outubro próximo, não foi tranquila.
Retomando a bandeira dos 11.98%, Ferraço faria dois movimentos políticos em favor de seu palanque à reeleição. O primeiro, pressionando o governador Renato Casagrande incitando o Legislativo contra o Palácio Anchieta; e o segundo, fortalecendo sua campanha e pressionando a Casa a retomar a discussão sobre o tema reeleição para a presidência.
Por enquanto, porém, o clima no plenário é pela manutenção da orientação palaciana. A PEC está parada e os deputados estão mais ocupados em cuidar de suas campanhas e do apoio aos aliados na eleição municipal.
O esforço de Ferraço de emplacar a reeleição esbarra no esvaziamento causado pela eleição de outubro próximo e pela insatisfação dos colegas de plenário pegos de surpresa pelas assinaturas da PEC, que começou a correr na Casa sem ter sido conversado previamente com o governador.
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