Terça, 23 Abril 2024

PH, o infiel

A imprensa capixaba noticia a declaração do apoio do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) a candidatos que estão no campo oposto do partido dele, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Mas não é. A fidelidade partidária deve ser respeitada por todos os agentes políticos, independentemente do peso do capital que tenham.



Hoje, o deputado estadual Hércules Silveira, correligionário de Paulo Hartung no PMDB, vive um dilema sobre o que fazer com seu capital flutuante em Vila Velha. Todo mundo sabe que ele queria apoiar o candidato do PT, mas estaria receoso sobre a questão partidária, já que o PMDB, contra a sua vontade, diga-se de passagem, está no palanque do prefeito Neucimar Fraga (PR).



Por que a regra para Hartung tem que ser diferente? É a pergunta que os meios políticos fazem. O histórico de infidelidade de Hartung é extenso e contamina até seus aliados. Em 2008, Ricardo Ferraço, filiado ao PSDB, acatou a decisão palaciana e caminhou com João Coser (PT) na disputa pela reeleição em Vitória, mesmo o ninho tucano estando no palanque de Luciano Rezende (PPS).



Quando o PSDB reclamou da posição do então vice de Hartung, o ex-governador resolveu o problema de um jeito bem conhecido no mercado político, tirou Ricardo do PSDB e o empurrou para o PMDB, mesmo com as reclamações internas sobre a falta de diálogo em relação à nova aquisição partidária.



Na verdade, esse retorno de Hartung ao ninho tucano é mera circunstância também. Seria necessário criar um novo partido para abrigar Hartung e seus aliados. Um grupo seleto, fechado, que visa apenas a um projeto político deste grupo.



O PMDB perde com o posicionamento do ex-governador, pois mostra enfraquecimento. Mas o que fazer se o presidente regional da sigla é Lelo Coimbra, que também bate palmas para as movimentações de Hartung, já que faz parte do PPH?



Fragmentos:



1 – A primeira parcial de prestação de contas dos candidatos a prefeito na Grande Vitória, mostrando as dívidas já acumuladas, confirma a dificuldade em captar recursos para as campanhas eleitorais este ano.



2 – Uma situação diferente dos pleitos passados, em que as grandes empresas injetavam recursos nos candidatos de olho nas benesses que poderiam advir dos mandatos de suas apostas.



3 - Este ano, os candidatos terão que buscar nas sedes das empresas, fora do Estado, os recursos. Mas talvez não valha a pena, já que as empresas preferem apostar nos prefeitos e vereadores de São Paulo e Rio de Janeiro, onde estão agora.

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