Quinta, 28 Março 2024

PT e PSDB capixabas não entenderam momento político brasileiro

A vitória do deputado estadual Luciano Rezende (PPS), em Vitória, quebrando um histórico de revezamento entre PT e PSDB no comando da Capital capixaba, mostra que além do discurso da mudança que contagiou não só Vitória, mas as eleições de uma forma geral, a falta de visão mais ampliada das duas siglas também contribuiu para o desempenho ruim dos partidos no Estado.



Em Vitória, PT e PSDB apostaram na manutenção de um embate histórico, que não contagiou a cidade. Apostando em um discurso de terceira via, o candidato do PPS conseguiu crescer evitando o embate nacional.



O PT capixaba errou ao não entender o momento político que vive o partido. Em São Paulo, por exemplo, a aposta do PT foi no sentido de buscar um nome técnico, altamente qualificado, evitando os quadros tradicionais do partido e os escândalos que estavam em análise em Brasília. Fernando Haddad foi apresentado como a novidade do pleito, contra a fórmula desgastada do PSDB e o discurso conservador adotado pelo candidato tucano, José Serra.



Em Vitória, o prefeito de Vitória, João Coser, que não apostou durante os oito anos de seu governo em uma liderança interna para sucedê-lo na prefeitura, pregou um agrupamento com o ex-governador Paulo Hartung. Com a impossibilidade de Hartung criar um palanque de consenso, o partido não teve como conter a candidatura própria da deputada federal Iriny Lopes.



Apesar do discurso bem diferente do prefeito, a proposta de Iriny, primeiro com a difícil tarefa de defender o governo Coser e depois tentando colar sua imagem no governo federal, também não representou a mudança que o eleitor de Vitória esperava.



No PSDB, a situação foi ainda pior, apostando na rejeição ao projeto petista, o ninho tucano colocou no jogo político a candidatura do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), mas a plataforma política presa ao passado também não ajudou o candidato, que pretendia vencer no primeiro turno das eleições. A estratégia do segundo turno teve que ser mudada e o candidato passou a apresentar argumentos pessoais para tentar sensibilizar os eleitores. Conseguiu crescer na disputa, mas em uma linha bem diferente da pregada pelo partido em nível nacional.



Tanto PT quanto PSDB sofreram perdas na disputa deste ano e uma reorganização interna deve ser o próximo passo para os dois partidos, caso queiram se reinserir no tabuleiro político de 2014. O PSDB pode ganhar representação na Assembleia, o que não chega a ser uma compensação, mas garante a sobrevida do partido. No PT, se fala em reforçar a bancada com a ida de Rodrigo Coelho para a Assembleia (hoje ele ocupa a Secretaria estadual de Direitos Humanos).



O PT passará por um processo de eleição interna em dezembro de 2013, mas até lá os reflexos das eleições devem balizar a discussão sobre o comando do partido. Quanto ao PSDB, a reorganização no Estado deve entrar no debate nacional dentro da sigla.

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Sexta, 29 Março 2024

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