Terça, 16 Abril 2024

Começou mal

 

A escolha do prefeito eleito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), pelo presidente do Conselho Administrativo da ArcelorMittal, José Armando Campos, para sua equipe de transição, remete aos oito anos de governo Paulo Hartung (PMDB), em que prevaleceram as relações promíscuas entre o poder público e as poluidoras do Estado. Figura que sempre exerceu o papel de interlocutor entre as transnacionais e a classe política, na defesa exclusiva dos interesses empresariais, José Armando é um nome controverso, que abre espaço para constatações que colocam por terra as aparentes boas intenções de Luciano na área ambiental. Além de deixar questionamentos: qual é a ligação entre os dois? Como isso poderá refletir na gestão do prefeito eleito? Independente do que vem pela frente, o fato é que se trata de uma escolha inesperada. Mas daquelas do tipo “surpresa desagradável”.  
 
 
Saiu pro abraço
Aliás, quem não perdeu tempo com o anúncio da equipe de Luciano foi o próprio ex-governador, que logo tratou de se utilizar dos meios habituais - a imprensa corporativa - para vender a ideia de que sua marca está na gestão de Luciano. Por conta da inclusão na equipe não só de José Armando, mas também do secretário de Estado de Planejamento, Robson Leite. O cenário, porém, é outro. A campanha deixou arranhões e o clima entre Luciano e Hartung é de ruptura.  
 
Segue...
José Armando é um nome estratégico do empresariado, tem voo próprio. A ligação entre ele e Hartung é resultado dessas relações criadas durante o governo passado, que fez história nos benefícios concedidos às transnacionais e licenciamentos em tempo recorde. Já Robson Leite, esse sim, sempre foi hartunguete de carteirinha - e muito chegado na Aracruz Celulose (Fibria) -, mas parece que o momento não é mais tanto de “paz e amor”. 
 
Por falar nele...
Robinho integrou o movimento do esforço concentrado no final da campanha à prefeitura de Cariacica, para tentar eleger a terceira colocada na disputa, deputada estadual Lúcia Dornelas (PT). Dizem que arrumou até recursos. O secretário de Planejamento está em todas.



Inverteu

No comparativo, a constatação é uma só: a equipe do prefeito eleito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), teria mais a ver com Luciano Rezende. E vice-versa. 
 
Duvide-o-dó
A propósito, será que o demista tem disposição de pedir desculpas ao secretário de Defesa Social de Vila Velha, Ledir Porto, depois de ele ter sido inocentado da acusação de dirigir embriagado em carro oficial?
 
Vale lembrar
O caso virou a arma de Rodney na eleição contra o prefeito Neucimar Fraga (PR). Ofuscando inclusive o trabalho de Ledir à frente da pasta, que entre os municípios da Grande Vitória, sejamos justos, é o que mais de destaca. No final das contas, até o delegado Fabiano Contarato, profissional acima de qualquer suspeita, reconheceu o erro da Polícia de Trânsito.
 
Judas
A eleição deste ano inaugurou um novo instrumento de campanha, a Central de Boatos. Funcionou principalmente no segundo turno, da seguinte maneira: um grupo – remunerado - espalhava informações de acordo com a conveniência nas comunidades, para pautar situações. Quando essas começavam a se reproduzir, o que acontecia em ritmo acelerado, estava feito o trabalho. Exemplos não faltam. 
 
Sem noção
Está para nascer um político no Estado que explore tanto a religião como o deputado estadual Esmael Almeida (PMDB). De saída da Assembleia, ele protocolou projeto que dispõe sobre “a liberdade de consciência, convicção religiosa e estabelece a vedação de concursos públicos, vestibulares, aulas e provas no dia escolhido para descanso e atividades religiosas. É pra rir ou chorar?
 
‘Gato’
O Estado amarga a décima posição no ranking nacional da energia furtada, com 9,3%. No País, prejuízo calculado com a prática deve chegar a R$ 8 bilhões este ano. Deu no Valor Econômico.
 
140 toques
“A rua José Teixeira (Praia do Canto), que já sofre com a falta de vagas de estacionamento, perdeu ainda mais espaço”. (Vereador de Vitória Serjão Magalhães – PSB – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
“Ele cacareja sobre os ovos postos por outros”. Fernando Henrique Cardoso

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