Quinta, 25 Abril 2024

Quase metade dos médicos do ES trabalha na Capital

A distribuição de médicos no Brasil é cada vez mais desproporcional. Sobram médicos nas capitais e faltam no interior. Foi o que revelou a pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CRF): Demografia Médica no Brasil. 

 
Segundo o estudo, uma das maiores distorções foi flagrada no Espírito Santo. Em Vitória há 11,6 médicos para cada grupo de 1000 habitantes. A proporção confere à Capital capixaba a melhor média do País. Para se ter uma ideia da grandeza do número, a segunda capital mais bem servida é Porto Alegre, com 8,7 médicos por 1.000 habitantes. A média nacional é de 2/1.000 habitantes. 
 
Entretanto, a boa média de Vitória não se repete no resto do Estado, que tem média 2,1/1.000 – mais de cinco vezes menor que a da Capital. Em números absolutos a desproporção fica ainda mais evidente. Na Capital trabalham 3.838 médicos, praticamente a metade dos 7.780 profissionais que atuam em todo o Estado. 
 
No ranking dos estados, a média de 2,1 do Espírito Santo – elevada pela grande concentração de médicos em Vitória – não deixa o Estado numa situação ruim. O Espírito Santo fica atrás apenas do Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. 
 
Entretanto, se subtrairmos do Estado a população e os médicos da Capital, o quadro passaria a refletir mais fielmente a realidade da saúde no Espírito Santo. A média estadual cairia pela metade: 1,10 médico por mil habitantes. Essa proporção colocaria o Espírito Santo no rodapé do ranking, ao lado de estados como Amazonas (1,12), Acre (1,08) e Piauí (1,05). 
 
A realidade de Vitória se repete em outras oito capitais mais abastadas. Todas concentram um maior número de profissionais, com uma média de mais de cinco médicos por mil habitantes. 
 
Mesmo nos Estados habitados por população de menor renda a desproporção se mantém. Macapá, com 1,38 médico por mil habitantes, tem a menor razão tanto na região Norte quanto nacionalmente. No entanto, apesar da baixa média, o índice da capital é ainda maior que o do próprio Estado do Amapá, que menos de um médico por 1.000 habitantes. Belém, no Pará, tem o melhor desempenho da região Norte, com índice de 3,44 – três vezes maior que a razão do estado como um todo: 0,84.
 
No Nordeste, a distorção se confirma. Em algumas capitais da região, há forte concentração de médicos/habitante, como ocorre em Recife (6,27), João Pessoa (5,22), e Aracaju (4,95). Essas três cidades superam as médias de seus estados, respectivamente, Pernambuco (com 1,57 médico por 1.000 habitantes), Paraíba (1,38) e Sergipe (1,42). Enquanto isso, a capital maranhense, São Luís, conta com o índice de 2,88 médicos, enquanto o estado se posiciona na rabeira do ranking estadual, com apenas 0,71 profissionais para cada grupo de mil moradores.
 
Já no Centro-Oeste, Goiânia lidera o ranking das capitais, com razão de 5,42 médicos, embora no estado de Goiás este índice seja de apenas 1,73 médicos por mil habitantes. Todas as capitais do Sul – Porto Alegre (8,73), Florianópolis (7,72) e Curitiba (5,71) – possuem razão de médicos registrados muito acima da média nacional. As três cidades superam ainda as médias de seus Estados, respectivamente, Rio Grade do Sul (com 2,37 médicos por mil habitantes), Santa Catarina (1,98) e Paraná (1,87).

Veja mais notícias sobre Saúde.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/