Quarta, 15 Mai 2024

Novas práticas de consumo

Quanto você descarta de roupas, sapatos, acessórios, brinquedos dos filhos, utensílios domésticos e outras tantas coisas, porque passam a não caber mais, a não ter mais função ou necessidade em sua vida? Em qual estado de conservação elas estão? Qual a destinação que você dá a essas coisas?
 
Quantas vezes você desejou uma roupa nova e não pode comprar? E se você recebesse uma roupa doada por um familiar ou de um amigo? A sensação de receber, de ter uma roupa nova se concretizaria ou você teria resistência? Para a saúde financeira individual e familiar o ideal é que o que adquirimos tenha utilidade e quando isso não mais ocorrer, que possa ser repassado a outro, evitando com isso o desperdício.
 
Diversas são as motivações para encontrar um novo dono e passar adiante os itens que não lhes servem mais: solidariedade, para renovar o armário, ganhar dinheiro, reciclar e principalmente, para incentivar o consumo consciente.
 
Dessa reflexão surgem várias alternativas de consumo criativas e lucrativas que vão desde o troca-troca, onde são disponibilizados por todos os envolvidos itens que estão em bom estado de conservação, mas que não lhes servem mais por algum motivo e que passam às mãos de outro readquirindo total utilidade. Com essa simples medida deixa-se de gastar e a moeda do negócio é a troca, o escambo antigo. Também existem as possibilidades do bazar e dos brechós, onde roupas usadas e bem conservadas são vendidas a preços mais em conta.
 
Os brinquedos seminovos dos filhos crescidos podem passar para as novas gerações da família com o mesmo encantamento dos novos. Os livros já lidos devem passar a outras mãos, podendo ser vendidos em sebos, onde também podemos comprar obras literárias já usadas com preços menores. Os móveis, as antiguidades da família, que não cabem nas residências de hoje, podem ser vendidos em lojas de móveis usados ou em antiquários e passarem a adornar outras residências.
 
No Brasil, já existem lojas reais e virtuais de usados, mas observamos ainda resistência e preconceito nesse mercado, sinalizando para a necessidade de quebrarmos paradigmas se desejamos a sustentabilidade do nosso bolso e para o nosso planeta. Essa mudança comportamental passa por etapas importantes como a organização dos espaços, a seleção do que é útil do que não é, pelo desapego, pela ideia da resignificação, vislumbrando também uma oportunidade de negócio.
 
Se você não quer mais e outro quer muito, podem fazer um negócio, um pagando mais barato e o outro ganhando por algo que já não lhe servia mais.
 
Não ao desperdício e vida longa a tudo aquilo que é nosso, que não nos serve mais, mas que pode ser útil ao próximo!
 


Ivana Medeiros Zon é assistente social,  especialista em Saúde Pública e em Estratégia Saúde da Família. Autora do Projeto Saúde Financeira na família: uma abordagem social, com foco em educação financeira.
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