Segunda, 29 Abril 2024

Revolução ou manipulação?

A indústria do entretenimento tem se tornado cada vez mais ambiciosa. Empresas adotam a Inteligência Artificial (IA) para analisar grandes quantidades de dados e entender as preferências dos consumidores, oferecendo conteúdo personalizado e recomendando produtos de acordo com seus interesses. Mas será que essa adaptação é realmente para o melhor interesse dos consumidores?

Estamos vivendo em uma era em que a interação humana genuína está diminuindo a passos largos. A IA oferece uma oportunidade de aumentar a personalização do conteúdo, mas isso significa que o consumo de conteúdo é mais controlado do que nunca. Chatbots, sensíveis ao tempo, análises comportamentais anônimas e aprendizagem automática criam experiências personalizadas sob medida para as preferências do usuário.

Os filmes e jogos adotamo cada vez mais a tecnologia de IA para criar personagens virtuais que se comportam de maneira realista e respondem às ações dos jogadores de forma dinâmica. Isso não apenas adiciona uma nova dimensão de entretenimento, aumentando o envolvimento e a satisfação dos consumidores, mas também reforça o controle sobre a atenção do jogador.

Empresas usam a IA para adivinhar as preferências das pessoas e criar bolhas de informação, sugerindo apenas conteúdo que as pessoas já concordam. Embora possa ser comercialmente benéfico, isso não promove a diversidade de pensamento ou oferece uma oportunidade para os consumidores expandirem seus interesses.

Os microempreendedores também têm aproveitado essa tecnologia. Alguns estão criando chatbots e assistentes virtuais personalizados que oferecem recomendações e auxiliam os usuários a encontrarem novos conteúdos. Outros usam a IA para desenvolver jogos mobile personalizados, apelando para a competição, aumentando as chances de lucrar no campo altamente competitivo do entretenimento digital. Mas, novamente, isso é realmente para o melhor interesse dos consumidores ou apenas para reforçar o controle das empresas?

Enquanto a IA continuamente se desenvolve e a indústria de entretenimento se torna mais emocionante, devemos manter um olhar crítico. O uso indiscriminado de dados pessoais e a criação de bolhas de informação são apenas dois dos desafios e considerações éticas que devem ser levados em consideração. É essencial que as empresas utilizem a IA de forma responsável, respeitando a privacidade dos usuários e oferecendo experiências objetivas e diversificadas.


Flávia Fernandes é jornalista, professora e autêntica "navegadora do conhecimento IA"
Instagram:
@flaviaconteudo
Emal:

Veja mais notícias sobre Colunas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Segunda, 29 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/