Domingo, 28 Abril 2024

Militantes preparam nota de repúdio à audiência pública do Idaf sobre expansão da Suzano

Militantes preparam nota de repúdio à audiência pública do Idaf sobre expansão da Suzano
Militantes de diversos movimentos sociais do campo e de associações de agricultores surpreenderam a Suzano Papel e Celulose S/A e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), em uma audiência pública na última quarta-feira (16), em Montanha, extremo norte do Estado, para discutir o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) para novos plantios de eucalipto na Fazenda Eldorado, que compreende também o município de Mucurici. Os militantes disseram que nem a empresa nem o Idaf estavam preparados para tamanha ocupação e atuação popular, já que, segundo eles, o próprio local – um cerimonial de posse privada – transmitia o desejo de afastamento da população do encontro.
 
Agora, os militantes preparam um abaixo-assinado e uma nota de repúdio contra a forma como se deu a discussão. Na nota, destacam o “caráter privado” da audiência que, além de ter acontecido em um cerimonial, foi divulgada com apenas seis dias úteis de antecedência, o que fere a legislação.
 
Os militantes também se posicionam contra os monocultivos em todo o território capixaba, ressaltando os impactos negativos, especificamente dos eucaliptais, na hidrografia e na biodiversidade das regiões onde são plantados. Também é evidenciado o insatisfatório índice de empregabilidade de tal atividade que, segundo eles, são muito menores do que os da produção de alimentos.



Os militantes também denunciam que a atividade não cumpre diretamente sua função social e econômica da terra e relatam que é evidente que nos municípios onde os eucaliptais existem estão as maiores taxas de pobreza. Como, por exemplo, o município de Conceição da Barra, no norte do Estado.
 
Assinam a nota a Associação Municipal de Pequenos Agricultores na Comunidade São Judas Tadeu, a Associação de Produtores Rurais de São Cristóvão, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a Via Campesina.
 
No mês passado, foi retirado de pauta na Câmara de Vereadores de Montanha o projeto de lei do Executivo que permitiria o aumento da monocultura de eucalipto de 15% para 25% da área total do município. O motivo para isso, segundo informações de bastidores, foi a polêmica gerada pela articulação entre o prefeito Ricardo Favarato (PMN) e a Aracruz Celulose (Fibria). A maioria dos vereadores também teria manifestado posição contrário ao projeto. O PL seria votado anteriormente, mas uma mobilização de 500 integrantes da Via Campesina suspendeu a sessão. 
 
A Suzano Papel e Celulose arrendou 14 fazendas, totalizando 6,5 mil hectares no município. Já o Grupo Simão teve mais de 17 mil hectares arrendados pela Aracruz Celulose, nos municípios de Montanha, Pinheiros, Ponto Belo e Mucurici.

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