Sábado, 11 Mai 2024

Pela primeira vez em 27 anos, eleição do Sindibancários terá duas chapas

O Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES) deu início nesta semana ao processo eleitoral para a escolha da diretoria da entidade. Demorou 27 anos para que o sindicato, que era composto pelas correntes sindicais de esquerda, rachasse. Para este pleito foram registradas duas chapas: a Chapa 1, da situação; e a Chapa 2, que congrega as demais correntes de esquerda que faziam parte do sindicato.
 
A principal divergência que originou esse racha tem início quando integrantes do PT deixaram o partido para formar o PSOL e sua corrente sindical, que assumiu a Ação Popular Socialista (APS), mas que, até então, sempre fazia alianças com as demais correntes do PT. Essa é a primeira eleição, desde 1988, que eles estão rachados. 
 
O diretor-executivo do Sindibancários e membro da Chapa 1, da situação, Carlos Pereira de Araújo, o Carlão, ressalta que o racha se deu porque ao longo dos anos a Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi abrindo mão das pautas trabalhistas em favor dos governos, partidos e patrões. A chapa da situação, por outro lado, defende a autonomia entre partidos e governos. Ele minimiza a questão partidária na formação das chapas, mas salienta que compõem a chapa de situação os bancários que atuam na defesa intransigente da categoria. 
 
A Chapa 2, de oposição, é formada quase na totalidade por forças da área sindical que militam em partidos políticos. Quase todas as correntes do PT estão representadas na chapa, como a Construindo um Novo Brasil (CNB); a Articulação Sindical (ArtSind), que é ligada ao deputado estadual Luiz Carlos Nunes (PT); a Democracia Socialista (DS); Alternativa Socialista (AS), ligada ao atual secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano, João Coser; e a Articulação de Esquerda, que apoia a chapa, apesar de não ter um nome. 
 
Na Chapa 2 também há três representantes da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), ligada ao PCdoB, e outra parcela expressiva não ligada a partidos políticos. 
 
O principal foco de questionamentos da chapa de oposição é o fato de a Chapa 1 ter 13 membros da diretoria do PSOL, além de outros três no Conselho Fiscal.
 
Na Chapa 1, além dos integrantes do PSOL também há um integrante da CTB, além de outros bancários que não são ligados a partidos políticos. 
 
Carlão salienta que a crítica da Chapa 1 é à falta de autonomia que a chapa de oposição representa. Ele aponta que não se trata de oposição a partido político, mas à interferência dos governos na pauta sindical. No entanto, ele acrescenta que, quando membros da CUT e PT viraram governo, se aliaram com eles. 
 
O sindicalista também aponta que a Chapa 2 é considerada “chapa branca”, apontando que, dentre os componentes está um vereador de Vitória – Marcelo Santos Freitas, o Marcelão (PT); além do apoio do deputado Luiz Carlos Nunes. “Quem eles vão defender?”, questiona Carlão.  
 
Ele faz ainda um retrospecto sobre as comemorações do Dia do Trabalho, celebrado em 1 de maio, salientando que a partir do momento em que a CUT passou a ter a comemoração patrocinada pelo governo, deixou de ter autonomia. 
 
A votação acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de março. A chapa vencedora assumirá a gestão do sindicato durante o triênio 2015-2018. Atualmente, o Sindibancários representa quase 9 mil trabalhadores, sendo que são esperados cerca de 6 mil para votação. 
 
 
 
   

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