Segunda, 06 Mai 2024

Apesar do 'clima de terror', mais de 6 mil foram às ruas de Vitória

Apesar do 'clima de terror', mais de 6 mil foram às ruas de Vitória
 
O protesto desta sexta-feira (28), o quinto da série e o terceiro da semana, levou cerca de seis mil pessoas para as ruas de Vitória, segundo estimativas da Polícia Militar. O número é expressivo se considerarmos que nas últimas 48 horas o governo do Estado espalhou um "clima de terror" entre os manifestantes. A estratégia era esvaziar o movimento.
 
Quem não se intimidou com o discurso do governo se concentrou na frente da Ufes no final da tarde desta sexta e iniciou a marcha tomando a Reta da Penha, seguindo o mesmo ritual das manifestações anteriores. Exibindo cartazes e gritando palavras de ordem, os manifestantes mostraram que estão a cada nova edição do protesto com as demandas na ponta da língua. O repetido exercício de cidadania vai, naturalmente, definindo a pauta das ruas. 
 
A primeira parada da marcha, por volta das 19 horas, foi na praça do pedágio da Terceira Ponte. Enquanto esperavam o reforço canela-verde atravessar a ponte - desta vez sem a repressão truculenta da polícia, como aconteceu na última quarta (26) -, os manifestantes pediam o fim da cobrança do pedágio e exigiam soluções de mobilidade urbana. Ciclistas erguiam as bikes pedindo mais ciclovias e melhorias no transporte público. O Pó Preto da Ponta de Tubarão também entrou na pauta dos ativistas, que pediam melhor qualidade do ar e respeito ao meio ambiente (foto aciima).
 
A postura da PM de observar, evitando agredir os manifestantes, manteve o clima pacífico do protesto. Da Terceira Ponte, os ativistas seguiram para a Prefeitura de Vitória pela avenida Beira-Mar. Repetiram algumas palavras de ordem, exibiram os cartazes. Em seguida, rumaram para o último destino da marcha: o prédio da Rede Gazeta. 
 
Seguindo o roteiro anunciado nas redes sociais durante esta semana, os manifestantes escolheram a empresa de comunicação - filiada da Rede Globo no Estado - para pedir "simbolicamente" a democratização da mídia, como explicou um manifestante. Alguns mais exaltados chegaram a disparar alguns rojões, mas ficou nisso. Não houve nenhum ato violento e a polícia apenas acompanhou a manifestação sem precisar fazer intervenções mais bruscas. 
 
Por volta das 21 horas, os manifestantes começaram o processo de dispersão. Nesse momento, como ocorreu em outras protestos, alguns grupos iniciaram ações isoladas de depredações, mas foram prontamente neutralizados pela polícia. Houve registros de confrontos com a polícia quando um grupo atirou pedras no prédio do Senac, na avenida Beira-Mar. No acesso à Terceira Ponte, quando um pequeno grupo, de maneira isolada, tentou retirar os tapumes que "envelopavam" as cabines do pedágio, houve um novo choque com a PM, que reprimiu os manifestantes cessando a ação do grupo.
 
O balanço pacífico que predominou a manifestação mostrou que o governo fez "terrorismo" à toa. Os manifestantes provaram também que, ao contrário do que disse o governador Renato Casagrande, ainda não está na hora de pôr um ponto final nos protestos de rua. Ensinou também para o comandante da PM, Edmilson dos Santos, que não deu permissão para seus filhos irem para as ruas protestar, que ele deve rever seus conceitos.  

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