Sexta, 03 Mai 2024

Denúncia de irregularidades em licitação das obras do Cais das Artes

Denúncia de irregularidades em licitação das obras do Cais das Artes

As obras paralisadas do Cais das Artes, em Vitória, ganhou mais um capítulo melancólico esta semana. O Ministério Público de Contas (MPC) pediu a suspensão da concorrência para retomada das obras em função de irregularidades encontradas no edital de concorrência 013/12. Segundo o MP de Contas, as irregularidades se referem à suspeita de combinação de preços das empresas inscritas no edital. O órgão pediu a imediata suspensão da concorrência ao Instituto de Obras Públicas do Estado do Espírito Santo (Iopes).

 
Autuada sobe o nº TC-2385/2013, a representação aponta que o edital ofende a regra do sigilo das propostas e representa risco de combinação de preço. “A medida possibilita a fraude à licitação, visto que há identificação dos licitantes, antes mesmo da fase de apresentação das propostas”, aponta o órgão. 
 
Como está, alerta o MPC, “a maior prejudicada pela conduta desleal e desonesta de conchavo entre os participantes é a própria Administração, que irá contratar a altos custos, havendo violação aos princípios da competitividade e moralidade, prejudicando o interesse público”.
 
A representação aponta ainda que o edital dificulta o acesso às informações pelos licitantes ao exigir que os mesmos compareçam à Comissão de Licitação para adquirir os projetos básicos/executivos e entre em contato com o Laboratório de Orçamento da Universidade Federal do Espírito Santo para informações sobre a instalação do aplicativo ORÇAMAG. 
 
O MPC alega que o Iopes deveria disponibilizar o projeto e o orçamento básico no site, junto ao edital, por serem apenas peças do processo. A medida possibilitaria o conhecimento do projeto tanto por fornecedores quanto pela sociedade, o que propiciaria a redução de custos e o aumento da transparência.
 
Para as empresas, o edital exige também uma exorbitância de requisitos legais, restringindo a competitividade no processo licitatório. 
 
A forma de avaliação dos preços orçados também foi questionada, visto que o edital exige como critério de aceitabilidade dos preços apenas os valores globais, deixando de lado o preço unitário que pode encarecer a obra na sua fase final. “É requisito obrigatório do ato convocatório a estipulação de critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, e não somente um deles, em defesa do princípio da economicidade”, esclarece um trecho da representação do MPC.
 
Novela
 
A paralisação das obras do Cais das artes já dura mais de um ano e soma gastos que ultrapassam os R$ 177 milhões.
 
Em fevereiro deste ano, o Iopes chegou a inabilitar as empresas concorrentes no referido edital: o Consórcio Avec-Topus e Normandia Engenharia Ltda. 
 
Na ocasião, o órgão deu oito dias para a apresentação de uma nova documentação pelas empresas, mas o prazo já venceu e nenhuma comunicação foi feita pelo órgão. 

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