Eleição do Sindiupes vai parar na Justiça
Após completar impressionantes sete dias de apuração, as eleições para a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado (Sindiupes) ganharam contornos mais tensos nesta quinta-feira (6). A Chapa 1 – “Um novo tempo para avançar na luta” entrou com uma liminar na Justiça pedindo a apuração de nove urnas que foram impugnadas, a contagem imediata dos quase mil votos feitos em separado (por professores fora de sua escola oficial de votação) e a destituição da Comissão Eleitoral. O Sindiupes é o maior sindicato do Estado, totalizando mais de 24 mil filiados.
A chapa argumenta que a Comissão, hoje composta por quatro pessoas, utilizou métodos injustos durante o processo, principalmente nas urnas impugnadas. “Os membros da Comissão sequer analisaram as urnas em questão”, denuncia Daniel Barboza, membro da Chapa 1 e da atual diretoria do sindicato. “Eles deveriam abrir as urnas com suspeita de fraudes, analisar os documentos e aí sim dar o veredicto final”.
Das nove urnas em questão, são cinco as que trazem mais questões para a Chapa 1, sendo duas de Vitória, duas de Vila Velha e uma de Itaguaçu. Juntas, elas somam mais de 600 votos, que poderiam mudar completamente o resultado das eleições. Excetuando-se os problemas com as urnas, ainda faltam quase mil votos em separado que ainda não foram apurados e aguardam decisão da Comissão Eleitoral.
Daniel Barboza diz que há, também, a suspeita de que o local em que as urnas ficaram guardadas não era à prova de fraudes. “Tentamos, com a Comissão Eleitoral, visualizar e entrar no local para constatar se era adequado, mas infelizmente sequer fomos respondidos. Para nós, isso só aumenta as suspeitas de fraudes”, denuncia ele.
A incerteza atual acerca do resultado agrava ainda mais a situação: com todas as urnas válidas apuradas, a diferença entre as duas chapas é de apenas 200 votos, em um universo de mais de nove mil votantes. A Chapa 2 – “Ousar, lutar, vencer”, apoiada pela direção estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), totaliza 3.958, enquanto a Chapa 1 tem 3.760.
A CUT, aliás, já se considera vencedora do processo. Em seu site oficial, publicou uma matéria argumentando que, se considerados os votos válidos, a Chapa 2 ganhou o pleito. A Central acusa a Chapa 1 de ter tentado inviabilizar o processo de apuração, “na base da baixaria e da intimidação”.
Membros da Chapa 1 aguardam o atendimento por parte da Justiça, quando será decidido se a liminar será aceita ou não e, consequentemente, contados os votos com problemas.
As eleições ocorreram nos dias 28 e 29 em todo o Estado. A apuração, que se iniciou na longínqua quinta-feira passada (30), se arrastou demoradamente, acumulando diversas paralisações em seu processo. Ela está sendo feita no Clube Ítalo-Brasileiro, na Ilha do Boi, em Vitória. O aluguel do local, que tem recebido críticas por seu alto preço, acabou nesta quinta-feira (6), o que trouxe mais um problema para ser resolvido: os votos precisarão ser transferidos para outro lugar, que ainda não foi divulgado ou resolvido pela Comissão Eleitoral e a empresa que organiza o processo.
Veja mais notícias sobre Cidades.
Comentários: