Caso envolvendo Mara Almeida ocorreu em eleição comunitária de Planalto Serrano

O técnico de telefonia Vilmar Júnior, morador de Planalto Serrano – Bloco B, na Serra, registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil relatando uma suposta agressão praticada por Marilene Gomes Almeida, presidente da Federação das Associações de Moradores da Serra (Fams), durante a eleição comunitária do bairro, ocorrida nesse domingo (5).
Em um vídeo da confusão registrado por Vilmar Júnior, Mara – como é mais conhecida – aparece dizendo para um interlocutor ao seu lado: “Esse cara é um safado!”. Enquanto é retirada por outra pessoa, Vilmar, segurando a câmera, questiona o motivo de a presidente da Fams ter batido nele. A suposta agressão não aparece nas imagens, existem apenas fotos do técnico de telefonia com uma mancha avermelhada no pescoço.
Segundo Vilmar Júnior, o conflito teve início em uma discussão em um grupo de WhatsApp de lideranças comunitárias da Serra. O técnico de telefonia postou uma mensagem dizendo: “Pessoal, é um perigo deixar a Mara perto da urna ‘kkk’”. Em seguida, segundo o que consta nos prints encaminhados pelo morador, Mara respondeu: “Melhor você tirar essa postagem. Vai por mim”.
Vilmar, então, teria dito que apagaria a postagem em respeito aos demais colegas, e não em respeito a Mara. Foi então que, segundo ele, por volta das 11h, a presidente da Fams saiu de dentro da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) João Calmon, onde ocorria a votação, foi ao encontro dele, que estava na rua, e deu-lhe um tapa no rosto.
“Eu passei um constrangimento tão grande que estou com vergonha de conversar com alguns amigos meus. É feio demais passar por esse tipo de humilhação, ainda mais vindo de uma mulher que é figura pública”, afirma Vilmar. Ele também guardou mensagens da presidente da Fams nas quais ela o chama de “burro” e “analfabeto”.
Em contato com Século Diário, Mara admitiu o desentendimento no dia da eleição, mas negou a agressão. Ela afirma que “perdeu a paciência” por causa de insultos proferidos por Vilmar em grupos de WhatsApp. Ele já teria chamado ela de “ladra” e dito que ela só vive de “cargo comissionado”. Mara afirma que Vilmar já a havia insultado na escola naquele dia e que a mensagem no grupo foi a gota d’água.
“Eu perdi a paciência e o controle e fui lá fora discutir com ele, mas não cheguei a fazer nada com ele, porque os meus amigos interviram e não deixaram. Essas marcas no pescoço ele mesmo fez para dizer que eu bati nele. Eu sou mulher e jamais bateria num homem. Eu vou tomar minhas providências legais, pois tenho minhas testemunhas. Provas dos insultos eu tenho todas”, comenta a presidente da Fams.
O Movimento Popular da Serra (MPS) postou uma nota de repúdio nas redes sociais. “A violência jamais será aceitável — ainda mais vinda de quem deve representar o diálogo, o respeito e a harmonia entre as comunidades”, diz a postagem.
A eleição
Planalto Serrano é o quinto bairro mais populoso da Serra, com 16 mil habitantes, segundo informações da prefeitura. Ele é subdividido entre os blocos A, B e C. A eleição do último domingo foi no Bloco B e contou com três chapas.
A Chapa 2, com Paulinho – candidato a reeleição como presidente – e Budiga (vice), ganhou o pleito com 902 votos. Vilmar Júnior era um de seus apoiadores. Também apoiaram a chapa os vereadores Wellington Alemão (Rede) – atualmente afastado do mandato por conta de denúncias de corrupção – e Rodrigo Caldeira (Republicanos).
A Chapa 1, com Pedro Santos como candidato a presidente e Adilson como vice, ficou em segundo lugar, com 198 votos. Eles tiveram o apoio do vereador Paulinho do Churrasquinho (PDT). Já a Chapa 3, que teve Léo do Posto como candidato a presidente e Rhuan Carlos como vice, ficou com 142 votos. O vereador Professor Renato Ribeiro (PDT) foi um dos apoiadores.