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IDH capixaba na pandemia alcançou patamar mais baixo do que o de 2016

Estado seguiu tendência nacional de queda no desenvolvimento humano, segundo relatório do PNUD

Leonardo Sá

O Espírito Santo teve uma queda de 1,5% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) nos anos em que o mundo enfrentou a pandemia de Covid-19. O cálculo leva em conta a média dos valores de 2020 (0,792) e 2021 (0,771), que fica em 0,781 em relação ao índice de 2019 (0,793), ano imediatamente anterior ao período pandêmico. Se for levado em consideração apenas o IDHM de 2021, o Estado alcançou um patamar mais baixo do que o de 2016 (0,779), cinco anos antes.

Os dados são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que divulgou relatório sobre o tema nessa terça-feira (28). No Brasil como um todo, o retrocesso médio foi de 22,5%, o equivalente a voltar para o mesmo estágio de desenvolvimento de seis anos antes da crise instaurada pela pandemia.

Apesar da queda, o Espírito Santo cresceu no ranking geral de estados em relação a 2019, passando do sétimo para o quarto lugar nacional em 2020, e caindo para o quinto lugar em 2021, ficando empatado com o Rio Grande do Sul. Os capixabas também se mantiveram no patamar médio de desenvolvimento, em uma escala de 0 a 1.

O IDHM leva em conta os critérios de renda, educação e longevidade. No caso do Espírito Santo, houve queda de 6,3% em longevidade, passando de 0,902 em 2019 para 0,846 em 2021. Paradoxalmente, o Estado pulou do segundo para o primeiro lugar nacional nesse quesito, o único dos três em que os capixabas possuem patamar alto de desenvolvimento.

Em relação à renda, houve uma queda de 4,3% no Estado de 2019 (0,747) a 2021 (0,715), passando da oitava para a quinta colocação. Já no que diz respeito à educação, o Espírito Santo manteve-se relativamente estável: subiu de 0,741 para 0,758, entre 2019 e 2020, e diminuiu 0,742 em 2021, oscilando entre a 12ª e a 11ª colocação no Brasil.

No recorte por gênero, a queda de IDHM (ajustado à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD) foi um pouco maior entre as mulheres (4,2%), que perderam o status de índice alto (passou de 0,822, em 2019, para 0,796, em 2021) do que em relação aos homens (2,3%, passando de 0,763 para 0,746).

No que diz respeito ao recorte racial, há uma disparidade significativa entre pessoas brancas e negras e desfavor dessas últimas, mas a queda de IDHM foi maior entre os brancos (3,3%): de 0,839 em 2019 para 0,808 em 2021, mantendo-se no patamar desenvolvimento alto. Entre negros capixabas, a queda foi de 2,3% (de 0,757 a 0,740 – nível médio de IDHM).

No ranking nacional, o Distrito Federal se manteve como a unidade federativa com maior índice de desenvolvimento de 2019 a 2021. O último lugar, por sua vez, foi ocupado por Alagoas, em 2019 e 2020, e por outro estado nordestino em 2021, o Maranhão.

Um dos achados mais surpreendentes da pesquisa, segundo reportagem da Agência Brasil, é que, entre os estados que lideraram a taxa de mortalidade durante a pandemia, estão alguns dos que apresentam maior IDHM, como Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal. 

Por outro lado, o Maranhão, que representa o menor IDHM do País, teve baixa taxa de mortalidade – se replicada em todo o Brasil, as mortes seriam reduzidas à metade. Os pesquisadores atribuem essa situação à correta aplicação de medidas de combate à pandemia, independentemente do nível de desenvolvimento.

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