Sexta, 29 Março 2024

​Curso busca perpetuar cultura africana e combater racismo linguístico

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A perpetuação da cultura africana e o combate ao racismo linguístico são alguns dos objetivos do curso de Introdução de Língua Africana Yorubá. As inscrições são gratuitas, podendo ser feitas até o dia 15 de fevereiro, por formulário. O curso, que será online e não tem limitação de número de vagas, acontecerá aos sábados, das 9h às 11h, a partir do dia 19 desse mesmo mês.

A iniciativa foi idealizada pelo Ogã Marcos de Odé, presidente do Fórum Nacional de Resistência da Cultura dos Povos Tradicionais Clã Omorodés e secretário-geral da Federação Espírito-Santense de Cultura dos Povos Tradicionais de Matrizes Africanas.

A ideia, além de preservar a cultura africana, é por meio do conhecimento do yorubá combater o racismo linguístico. Ogã Marcos destaca que há falhas na aplicação da Lei 10.639/03, que trata do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, bem como da importância da cultura negra na formação do Brasil. O curso, acredita, pode contribuir para maior efetivação dessa lei.

Isso pode se dar, segundo ele, quebrando o racismo das famílias e das gestões escolares, uma vez que muitos atribuem ao yorubá uma "invocação do mal". "A gente quer atingir o estudante, os pais dos alunos, que com o conhecimento adquirido no curso podem fazer diferença dentro da escola, reivindicando que a lei possa ser aplicada. Não iremos trabalhar do gestor para o aluno, e sim, do aluno para a escola", diz.

Ogã Marcos defende que não é possível falar da cultura de um povo sem abordar a questão da língua. "Para falar da história, tem que falar da língua. Aqui o yorubá é praticado dentro do Candomblé, mas as pessoas não vão até lá nem chamam alguém para falar sobre essa língua na escola, que não é um espaço laico", afirma, destacando ainda que "a língua está na religião, mas não queremos falar da crença, queremos falar da língua".

Ogã Marcos informa que o yorubá é da África Ocidental, que conta com países como Benin e Nigéria, havendo cerca de 1.200 tipos de yorubá, ou seja, uma mesma língua mas com algumas particularidades de acordo com a comunidade na qual é falada. Entre os adeptos do Candomblé no Espírito Santo, a maioria fala yorubá, mas há grupos que falam quicongo e muxicongo.

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