Quarta, 15 Mai 2024

Ipea apresenta proposta para transporte gratuito no País

Ipea apresenta proposta para transporte gratuito no País
Isentar as tarifas de 39.366 pessoas com dificuldade de acesso ou que não possuem acesso ao transporte público em Vitória é algo possível. É isso que aponta a Nota Técnica "Transporte Integrado Social – uma proposta para o pacto da mobilidade urbana". O levantamento sugere que, a partir de um acordo federativo, 7,5 milhões de brasileiros podem usar gratuitamente o transporte público.
 
Apresentado pelo diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais, Rogério Boueri e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa, Ernesto Galindo, a nota técnica resultou em uma proposta de Transporte Integrado Social (TIS) – política federativa, envolvendo União, estados e municípios, que propõe desonerações para reduzir tarifas e implantar algumas gratuidades.
 
Segundo a Nota Técnica (NT), a ideia é garantir um pacto que respeite a noção de transporte público como um direito social. 
 
Em Vitória, segundo o levantamento, o custo pela gratuidade de 39.366 pessoas – número proposto pela NT  -  que não têm acesso ao transporte público ou possuem alguma dificuldade de acesso teria um custo (gratuidade valor tarifa cheia) de R$ 32 milhões. Além disso, há um potencial de redução de tarifas com gratuidade de -16% .
 
 
Esse custo, entretanto, é necessário a constituição de mecanismos alternativos de financiamento do sistema de transporte público, tanto à infraestrutura quanto à prestação de serviço, desonerando, sobretudo, as classes de renda mais baixas de pesados  encargos para custear os seus baixos índices de mobilidade. 
 
O levantamento, ressalta o Ipea, responde aos temas elencados no pacto da mobilidade urbana proposto pela presidente da República após as manifestações sociais de junho/julho de 2013. “Trata-se de um mecanismo de gestão e regulação federativa do transporte público urbano que institui gratuidades sociais e compete para o rebaixamento do valor das tarifas por meio, dentre outras medidas, da desoneração do setor”, diz a NT. 
 
Para isso, são apontados como ferramenta para a mobilidade urbana o aumento  do acesso ao transporte público; desoneração dos mais pobres, que são os que têm mais dificuldade financeira para se deslocar; redução do valor global da tarifa; melhoria da qualidade e do padrão de mobilidade, com transparência e controle social. 
 
Segundo a Nota Técnica, estas são premissas fundamentais para garantira do programa Transporte Integrado Social (TIS). 
 
Outro pronto ressalta o caráter de direito e de política social do transporte público, que segundo a nota, pede que o acesso do transporte público seja para todos os cidadãos.
 
De acordo como estudo,  tanto o aumento das tarifas quanto a baixa qualidade do transporte público estão relacionados ao recente aumento da frota de veículos privados, que provoca fortes externalidades negativas às cidades e, especificamente, ao transporte público por ônibus: aumento do custo e do tempo de viagem, além de impactos sobre o meio ambiente e o número de acidentes que se acentuam na opção privada de transporte. 
 
 “Analisando os exemplos onde o financiamento público do transporte é de 100%, ou seja, onde foi implantada a gratuidade a todos, verifica-se que, de maneira geral, há um aumento no número de usuários e de viagens que foi almejado e expresso pelo planejamento anterior da ação. 
 
TIS
 
O Transporte Integrado Social é uma proposta de política federativa, envolvendo União, estados e municípios, que diminui o valor das tarifas ao desonerar completamente esse serviço de caráter essencial, institui gratuidades sociais que se revertem em novas diminuições de tarifas ou em investimentos no sistema para que aumente a sua cobertura; define de forma pactuada mecanismos de regulação, controle e participação e transparência; cria ambiente de gestão, entre outros. 
 
A estrutura do TIS objetiva garantir “preço justo”, “qualidade na prestação o serviço”, transparência no processo licitatório, participação e controle social e ambiente de execução financeira tanto para custeio (gratuidades), quanto para investimentos. 
 
A instituição se daria por adesão dos entes federados e prestadores de serviços, tendo como principal condicionante a implantação do bilhete único temporal, ou seja, a integração do sistema de transportes. 
 
A proposta de desoneração prevê também a redução de tributos sobre o trabalho e na cadeia produtiva do setor (indústria de ônibus e de autopeças). 

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Quinta, 16 Mai 2024

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