Segunda, 06 Mai 2024

Mesmo 'tímida', Aquaviário é considerado uma boa política de mobilidade urbana

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O Sistema Aquaviário já tem data para ser lançado. Será no próximo dia 20, na Estação Prefeito Aloizio Santo, em Porto de Santana, Cariacica. Haverá outras duas estações: na Praça do Papa, em Vitória, e na Prainha, em Vila Velha. Serão duas embarcações com ar-condicionado, banheiros, bicicletários, acessibilidade e wi-fi a bordo. Depois de anos de espera, a novidade é considerada positiva. Contudo, é apontada como uma política de mobilidade urbana ainda "tímida" e com necessidade de melhorias.

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O cicloativista Fernando Braga aponta que, na estação da Prainha, não foi feita ciclovia, o que considera uma falha. Morador da Praia da Costa, ele afirma que se deslocar a pé de sua casa para a Prainha se torna mais rápido do que de ônibus diante da demora do transporte coletivo. Uma alternativa, então, seria a ciclovia. Entretanto, sua construção, afirma, não exclui outros meios de transporte.

Fernando informa que não tem linha de ônibus para a Prainha, pois o local trata-se de um sítio histórico tombado, não suportando o peso desse tipo de veículo. No entanto, a falta de uma ciclovia pode acarretar no excesso de carros na região, como os de pessoas que irão preferir deixar o automóvel estacionado lá para pegar o Aquaviário em vez de transitar pela Terceira Ponte. Uma sugestão dada pelo ativista é a reativação do antigo bonde, fazendo um anel ferroviário que começaria na Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha.

Ele acredita que as pessoas poderiam chegar de ônibus até a praça e pegar o bonde sem pagar uma nova tarifa. Para isso, seria necessário integração com o Sistema Transcol. O bonde passaria pela Champagnat, viraria à esquerda, desceria até as proximidades da entrada do Convento da Penha, seguiria rumo à Prainha e retornaria para a praça. Além de ser uma política de mobilidade urbana, possibilitaria o resgate de parte da memória de Vila Velha, agregando ao turismo, como acontece com o bonde Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
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O arquiteto e urbanista Karlos Karlos da Vitória Rupf acredita que a volta do Aquaviário é importante para se ter uma referência desse modal, que havia se perdido, pois foi desativado na década de 90. "Está na memória de muitos, mas os mais novos não têm noção de como seria esse sistema", diz. Apenas duas embarcações, considera, "é algo tímido, mas é o início". Karlos também recorda que o antigo Aquaviário tinha cinco estações: Prainha, em Vila Velha; Terminal Dom Dom Bosco, Centro e Rodoviária, em Vitória; e Paul, em Vila Velha.

Um dos avanços do novo Aquaviário, ressalta, é o fato de ter uma estação em Cariacica. O arquiteto e urbanista acredita que o novo modal pode fomentar um debate maior sobre as políticas de mobilidade urbana, colocando em prática o Estatuto da Metrópole, que prevê que as discussões sobre esse tema têm que ter participação não somente das gestões públicas, mas também de técnicos e da sociedade civil organizada. Para ele, ao se criar a cultura de deslocamento por meio do Sistema Aquaviário, as comunidades podem passar a reivindicar que sejam atendidas com novas estações. Alguns locais que ele aponta como interessantes para novos terminais estão o Cais do Hidroavião, em Santo Antônio, Vitória, e a Ilha das Caieiras, também na Capital. Este último, aponta, poderia ter uma proposta turística.

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