Sexta, 29 Março 2024

Mobilização de moradores faz governo e prefeitura iniciarem ações na Piedade

mutirao_limpeza_piedadeCreditosFacebook Facebook?Raízes da Piedade
Passado um mês da visita técnica feita no Morro da Piedade, Centro de Vitória, por representantes do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal (PMV), alguns compromissos firmados com a comunidade estão deixando, finalmente, de ser teoria, como a realização de mutirões de limpeza, manutenção de postes, e iniciativas de representantes do poder público para a construção da área de lazer e início às obras no lugar conhecido como Terreirinho, onde foi realizado um protesto no último mês contra a violência na região.

Segundo a integrante do Instituto Raízes da Piedade e do Comitê Local de acompanhamento das ações, Mariana Cristina Ramos de Araújo, os moradores têm tido reuniões esporádicas com as autoridades para tratar da implementação das demandas apresentadas ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, à PMV, à Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e à Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Sedh).

Entre as reivindicações estão a ampliação do atendimento de saúde com mais psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos, agente de saúde e outros profissionais; avaliação de todos os postes da comunidade para troca de lâmpadas queimadas; demolição de casas abandonadas; criação e fortalecimento de projetos de cultura e esporte; instalação de câmeras em pontos estratégicos da comunidade; e mutirão de limpeza fixo.

A presidente da Associação de Moradores do Morro da Piedade, Daiana Rodrigues da Silva, relata que no mesmo dia da visita técnica, a Polícia Militar esteve na comunidade para auxiliar os moradores a verificar os locais onde devem ser instaladas câmeras de segurança e iluminação pública. "Estiveram à noite para nos acompanhar, pois deficiência em iluminação pública é algo que só pode ser visto nesse horário. Como os moradores têm medo de andar pelo bairro à noite, eles nos acompanharam", explica Daiana.

A visita técnica feita por representantes do governo e da prefeitura foi realizada depois do Ato em Memória dos Jovens Assassinados na Piedade, em 17 de junho. Na ocasião os moradores cobraram a urgência de políticas públicas como educação, esporte e lazer para acabar com a guerra do tráfico. O próprio secretário estadual de Segura Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, concordou com a afirmação, dizendo que a presença da Polícia Militar (PM) é apenas um apêndice, havendo necessidade de outros atores.

Nos últimos dois anos, o Morro da Piedade registrou o assassinato de nove jovens. O mais recente deles ocorreu no dia 11 de junho, vitimando Fabrício dos Santos Almeida, de 18 anos, atingido por balas de revólver atiradas a esmo. Os constantes tiroteios, violência e ausência do Estado já fizeram com que, nesse período, mais de 40 famílias deixassem suas casas. 

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