Moradores temem que tragédia em Santos se repita em Paul

O incêndio de proporções colossais que desde quinta-feira (2) atinge seis tanques de um depósito de combustíveis em Santos, no litoral sul do estado de São Paulo, faz valer a preocupação dos moradores do Morro do Atalaia, em Paul, Vila Velha. Há pelo menos dois anos, eles convivem com enormes tonéis de armazenamento de combustíveis, apesar da determinação de desmontagem emitida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) há mais de um ano.

 

A notificação do Iema fez aniversário em fevereiro. O prazo estabelecido para o término do processo de desmontagem expirou em 31 de julho de 2014. Há mais de seis meses os tanques continuam intocados.   

 

A empresa então responsável pelo depósito, a Liquiport, desrespeitou a notificação. A atual responsável, a TPES (Terminal Portuário do Espírito Santo S.A.), igualmente deu de ombros. O Iema não fica atrás em omissão, uma vez que não tomou qualquer medida punitiva. A única coisa de concreto é que a Licença de Instalação (LI) da empresa continua suspensa, o que a impede de realizar intervenções no que diz respeito à tancagem.

 

Algumas estruturas estão a 10 metros das residências. Tal proximidade provoca a justificável angústia dos moradores: que se repita no Atalaia o que ocorre no litoral santista. Os moradores denunciam a precariedade das estruturas. Além da óbvia preocupação com acidentes, o complexo causa poluição visual e desvaloriza os imóveis.  

 

Em fevereiro deste ano, o advogado Luiz Guilherme de Almeida, o servidor público federal Marcos Valério Barbosa e o presidente do movimento Comunitário de Paul Paulo César Froes formalizaram uma denúncia na Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), contra os tanques em Paul. Alegaram que os 32 tanques podem gerar uma catástrofe social e ambiental incalculável na região.