Terça, 14 Mai 2024

Morre o homem que executou o tenente José Scárdua

Morre o homem que executou o tenente José Scárdua

Morreu e foi enterrado em território baiano, em Guaratinga, aos 64 anos de idade, José Pinto da Rosa, que organizou e comandou o assassinato de um dos homens mais temidos da história da valentia no Espírito Santo: o tenente José Scárdua.



A morte dele foi programa pela família de Antonio Pinto, cujo o assassinato foi atribuído a Scárdua, como resultado de divergências entre facções que pertenciam ao Sindicato do Crime e que comandou, dos anos 1950 a meados dos nos 1970, os crimes nas regiões do Vale do Rio Doce e norte do Espírito Santo.

 



Como o diabo gosta
Atribulada vida de José Scárdua, matador implacável
 
Em matéria de mortes, ele só não superou o Coronel Bimbim (SÉCULO nº 21). Mas, em compensação, no que tange a execuções, nenhum outro bamba do gatilho ganhou dele. Não era do seu estilo encomendar mortes, como fazia Bimbim. Ele mesmo costumava fazer o serviço. E suas mortes tinham sempre uma marca inconfundível: um certeiro tiro na cabeça. Esse matador implacável, que aterrorizou o sertão capixaba por quase três décadas, do final de 40 e mais 50 e 60, atendia pelo nome de tenente José Scárdua. Se o Coronel Bimbim, com o qual se juntou em muitos episódios de violência, era o rei do crime, certamente o tenente poderia até ter sido o seu príncipe regente. 

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Antonio Pinto, tio do autor da morte de Scárdua, era fazendeiro de Baixo Guandu, que, na época, era considerado a sede dessa organização criminosa, e encontrava-se em conflito com o grupo do fazendeiro Josélio Barros, ao qual pertencia o tenente José Scárdua.



Antonio Pinto foi assassinado em 1971 e José Pinto da Rosa comandou a morte do tenente Scárdua, em 1973. Antonio Pinto foi morto numa tocaia armada pelo tenente José Scárdua, enquanto Scárdua foi assassinado dentro de Vitória, numa manhã sábado, do mês de fevereiro de 1973. Em plena Vila Rubim, quando se encontrava numa barbearia na rua São João.



Para matá-lo, o sobrinho de Antonio Pinto, idealizou um plano que acabou dando certo: um pistoleiro disfarçado de mendigo aproximou-se da barbearia para pedir esmolas. Na hora, Scárdua olhou para ele e deu as costas, com alguma repugnância. Nas mãos do mendigo havia um saco e, dentro dele, um revólver 38 engatilhado. O tiro do mendigo estrondo-lhe a nuca e saiu pelos olhos. Ele chegou a esboçar sacar o seu 38 SW. Mas em vão.



José Pinto da Rosa, tinha apenas 25 anos de idade quando esteve à frente de uma execução que selou, definitivamente, o fim do Sindicato do Crime no Estado. Pois depois dele, Josélio Barros tomou o rumo da Amazônia, e Josér Pinto seguiu, na companhia de seu pai, irmão de Antonio Pinto, de nome João, para a Bahia instalando-se nas regiões de Guaratinga e Itabela. 



Quando escrevi a história de José Scárdua (leia ao lado), falei de seu assassinato como diferente da morte que ele havia programado para si: que seria em duelo contra o seu principal inimigo. Mas acabou morrendo nas mãos de um pistoleiro disfarçado de mendigo. Na cartilha dos justiceiros é desonroso se morto por um "pé de chinelo", que dirá por um pistoleiro que não tem a coragem de mostrar o rosto.

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