Um poster na parede ou até um adesivo pode virar cenário para um jogo de videogame em que um jovem percorre a cidade de Vitória num skate. No caminho, mais de 100 graffitis estampam o muro e os prédios do cenário, em homenagem a vários artistas da região.
O game é um novo produto da crew Made In China, grupo de quatro grafiteiros que Século Diário apresentou em primeira mão. Após iniciar o inovador trabalho de realidade aumentada por meio de animações digitais sobre graffitis expostos nas ruas de Vitória, o grupo lançou na última semana o jogo chamado de “Downtown Waves”.
O princípio é o mesmo usados nas pinturas de rua, e também em camisas e stickers (adesivos): com um celular e o aplicativo desenvolvido pelo Made In China, é possível abrir o game e jogá-lo ao direcionar a câmera do celular para um plataforma criada pelo grupo e vetorizada para receber o game ou animação.
Para jogar o “Downtown Waves”, o grupo está vendendo adesivos em tamanho pequeno (R$ 10) e grande (R$ 15), que ajudam nos custos de desenvolvimento dos projetos. Para cada adesivo do jogo, o comprador ganha também um adesivo extra de uma das animações do grupo, à sua escolha. Para quem quiser um tamanho maior do jogo para colar nas paredes e até emoldurar, a crew vende um print em A3 por R$ 45 junto com um pack completo de adesivos.
O aplicativo, necessário para jogar, pode ser baixado gratuitamente para Android e IOS, incluindo também a possibilidade de interagir com graffitis nas ruas da cidade. Mais informações podem ser obtidas no Instagram do grupo.
A
lém dos grafites, aparecem na cena do jogo obstáculos como latas de lixo com a sigla PMV, da prefeitura da cidade, pombos, cogumelos, plantas, patinetes como os da empresa Yellow, que se colocavam nas calçadas atrapalhando o fluxo e coxinhas gigantes, numa provável alusão ao conservadorismo da capital capixaba.
“Minha inspiração para o design do jogo veio dos arcades, fliperamas dos anos 90, que tem essa coisa de você ter que ir até a máquina para acessar esse conteúdo digital e jogar. No nosso caso é um adesivo ou print, agora mais digital ainda porque é o celular da pessoa que dá acesso a essa experiência lúdica”, explica o game designer Gabriel Hendrix, o Nove, um dos integrantes da crew de grafiteiros.
A animação foi feita por Carlo Schiavine e a trilha e efeitos sonoros são de Alessandra Félix. “Até a jogabilidade é baseada nos fliperamas, são fases difíceis. É um jogo curto e rápido, mas que não é curto e rápido quando você não tem experiência, pois precisa decorar as coisas que aparecem no caminho”, alerta Nove, citando como um modelo parecido o jogo Metal Slug.

