Quinta, 02 Mai 2024

ONG Barra do Riacho nega pagamento de aluguel social pela Prefeitura de Aracruz

 

Diferentemente do que foi publicado nessa segunda-feira (29) por Século Diário, a ONG Amigos da Barra do Riacho nega que Prefeitura de Aracruz tenha confirmado a retomada do pagamento dos aluguéis às 313 famílias expulsas do bairro Nova Esperança desde 2011. 
 
O presidente da ONG, Herval Nogueira, disse que a entidade foi vítima de uma manobra, não se sabe de quem, para desestabilizar o processo de negociação com a Prefeitura. 
 
A informação de que as negociações tinham avançado foram enviadas à Redação de Século Diário por meio do e-mail oficial da ONG. “Tem alguém querendo se passar por nós, mas no fundo não sabemos como isso é feito. Uma coisa é certa, estão tentando conturbar o nosso trabalho”, ressaltou Herval. 
 
A informação divulgada nesta segunda (29), afirmava que a ONG havia recebido da prefeitura de Aracruz a garantia de pagamento dos aluguéis sociais – alguns com até seis meses de atraso. O “falso” e-mail informava ainda que a Prefeitura iniciaria o recadastramento das famílias desalojadas e desabrigadas. 
 
Segundo Herval, o recadastramento de fato vem sendo feito, porém, é avaliado pela entidade como uma forma de desviar a atenção da dívida que a administração pública tem com as famílias retiradas com truculência de suas casas, no bairro Nova Esperança, em 2011.
 
Após a retirada das 313 famílias do local, o pagamento dos aluguéis passou a ser um problema para os “sem-teto”, que hoje correm o risco de ficar na rua novamente. 
 
“Na semana passada três famílias procuraram o Ministério Público Estadual para denunciar a situação. Não estamos sendo bem-tratados pela administração e não foi assegurado pela mesma que esse problema será solucionado”, ressaltou. 
 
Herval lamentou o envio do “falso” email e ressaltou que a ONG não abre mão da luta popular e que não concorda com o débito da atual administração, que até o momento, não vem tratando bem a população que luta pelo pagamento da dívida. 
 
“Não estamos sendo bem-tratados pela administração e este email [“falso”] é a indicação de que estão querendo abalar a nossa credibilidade a fim de tumultuar ainda mais este processo. Estamos ligados ao movimento para que a Prefeitura quite o débito de aluguel social e até agora a administração não nos assegurou nada. Tem família sendo despejada de novo”, denunciou. 
 
Desapropriação
 
Em 2011, a partir de operação marcada pelo uso da força, a Polícia Militar retirou 313 famílias que ocupavam uma área em Barra do Riacho. As casas, todos de alvenaria construídas em regime de mutirão, foram demolidas. O local foi batizado pelos próprios ocupantes como bairro Nova Esperança.
 
Após a desocupação, os “sem-teto” que não conseguiram ficar na casa de amigos ou parentes foram encaminhadas para a quadra de esportes de Barra do Riacho, a cerca de 300 metros do local. Na quadra improvisada algumas famílias chegaram a ficar por três meses em condições precárias. 
 
No último dia 15 de abril, a empresa Construtora Arpa e Serviços Ltda - vencedora da licitação para a construção de casas populares na Barra do Riacho - informou que o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) foi entregue à Secretaria de Planejamento do município. Segundo Valdinei Tavares, da ONG Barra do Riacho, agora é preciso que o estudo passe pelo Conselho do Plano Diretor Municipal de Aracruz para avaliação. Só depois disso serão iniciadas as audiências públicas para a apresentação do estudo para a comunidade. 
 
Ainda sim, nenhum prazo foi dado para que as casas populares comecem a ser construídas.

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