Domingo, 12 Mai 2024

Plano de Mobilidade Urbana do Estado não prioriza transportes alternativos

Plano de Mobilidade Urbana do Estado não prioriza transportes alternativos
O orçamento do Estado para 2015 aponta que a maior fatia dos investimentos será destinada à mobilidade urbana. Somente na Secretaria de Transportes e Obras (Setop) devem ser investidos 41,85% do orçamento, correspondendo a R$ 2,16 bilhões em 60 obras de mobilidade urbana, a maioria na Grande Vitória.
 
Mas o alto investimento pode não se reverter no fomento de transportes alternativos. Essa a visão de Fernando Braga, cicloativista e membro da União dos Ciclistas do Brasil (UCB). 
 
Ele se diz preocupado com a maneira com que o governador eleito Paulo Hartung (PMDB) vai tratar o problema da mobilidade urbana no Estado. “O Espírito Santo ainda insiste em tentar resolver o problema do trânsito com apenas um modal”, questiona o cicloativista, se referindo ao incremento das linhas de ônibus com o BRT — sigla em inglês para Bus Rapit Transit ou Transporte Rápido por Ônibus.
 
Braga ressalta que, apesar de ser um projeto muito defendido por Hartung desde o seu segundo mandato, o BRT não é o modal mais adequado às características viárias dos municípios da Grande Vitória. Ele acrescenta que é preciso investir em meios de transporte alternativos. Segundo ele, os investimentos em transporte alternativos constam no Plano Estadual de Mobilidade Urbana, mas não como prioridade.
 
Com relação ao Plano, Braga defende que se comece priorizando os transportes alternativos, para que, quando as interdições das vias começarem, a população possa enfrentar o trânsito de outras maneiras. Ele cita como exemplos as ciclovias e o aquaviário.
 
A preocupação do cicloativista faz sentido. O aquaviário que estava prestes a ser implantado submergiu novamente após a suspensão da licitação, depois de o Ministério Público Especial de Contas apontar irregularidades no edital de concorrência. 
 
Para Braga, enquanto esteve à frente do governo Hartung nunca demonstrou grande interesse em investir nesse modelo de modal, por acreditar que o aquaviário não é viável economicamente. “O transporte urbano não pode ficar restrito à relação custo-benefício. Precisamos avaliar os aspectos como poluição, saúde e o bem-estar dos usuários”, afirmou.
 
Não se sabe ainda se Hartung manterá o Plano construído pelo governo Renato Casagrande (PSB), mas Braga se mostra preocupado com as prioridades do governador eleito: “Precisamos acompanhar esse processo e nos posicionar”.

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Segunda, 13 Mai 2024

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