Domingo, 28 Abril 2024

Realização de evento de verão provoca polêmica em Linhares

luau_eletrico_divulgacao Divulgação/ Luau Elétrico

Evento tradicional na programação de verão de Pontal do Ipiranga, no litoral de Linhares, o Luau Elétrico corre risco de não acontecer. O fato, fruto de desentendimentos com a secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, vem gerando polêmica e uma série de cartas de repúdio enviadas ao prefeito Bruno Marianelli (Republicanos). Foi criado por moradores da própria localidade para proporcionar programação cultural no meio da semana, às quartas-feiras de janeiro, já que as atividades das prefeitura se restringiam ao fim de semana. O evento, que teve sua última edição em 2019 por conta da pandemia, chegava a reunir cerca de seis mil pessoas, segundo os organizadores.

A indignação das entidades que assinam a carta de repúdio, como as associações de moradores e pescadores de Pontal do Ipiranga, a Comissão Local de Atingidos e grupos de Pontal, e outros balneários como Regência e Povoação, se volta contra o secretário municipal Fabricio Lopes, responsável pela área de cultura, já que ao invés de apoiar o evento fomentado por produtores e artistas locais com 16 edições realizadas, sendo seis delas com apoio da prefeitura, a secretaria lançou um evento próprio na quinta-feira no mesmo local do tradicional luau.

Divulgação/ Luau Elétrico

"Repudiamos qualquer ação que tente ou possa apagar, boicotar, menosprezar, desrespeitar a cultura e arte de uma comunidade", diz a nota de repúdio que alega que poucos dias antes do evento o secretário "deixou de apoiar a cultura, a arte, os artistas, as tradições, a história e os costumes da comunidade de Pontal do Ipiranga para para apoiar seu próprio evento", fazendo referência ao evento Estação Pontal, que estreia 5 de janeiro tendo como atrações Renato Casanova, Felipe Fantin e Glauco.

O evento era tradicionalmente comandado pelo artista e produtor cultural Preto Pires, morador de Pontal, que convidava artistas locais e regionais a cada edição, com apoio da prefeitura e iniciativa privada. "A gente sempre buscou trazer artistas e bandas de dentro da comunidade, da região de Linhares e pessoas que frequentam o balneário, que às vezes não têm documentação ou peso para ser atração num trio ou num palco. Temos músicas próprias que homenageiam o próprio luau, a moradores importantes da região que já faleceram", alega Preto. 

O Conselho Municipal de Cultura (Comcult) também se manifestou ao prefeito considerando que o evento "se destaca como uma porta de divulgação das raízes culturais do local". O artista considera também que a comunidade deseja um público como o trazido pelo luau, que movimenta o perfil de turista mais comum por lá, de famílias, que gostam de praias e mantém uma postura respeitosa com os moradores e de cuidado com a natureza, o que nem sempre acontece quando há shows de maior porte.

Preto Pires conta que os realizadores foram surpreendidos no dia 19 de dezembro, quando o secretário propôs que das quatro edições do mês, duas delas fossem realizadas pela prefeitura, o que foi negado pelo Luau Elétrico, que sempre ocupou semanalmente o mês de janeiro. Sem acordo, a prefeitura de Linhares divulgou junto a sua programação de fim de semana o projeto Luau Estação Pontal, para acontecer às quintas-feiras, e que virou apenas Estação Pontal após receber críticas por plagiar o nome do evento antigo, o que tem causado confusão na comunidade. A utilização do mesmo local tradicional do luau, que é diferente do lugar de realização dos shows do final de semana, e o uso de imagens do Luau Elétrico nas divulgações da prefeitura causou ainda mais indignação.

As postagens da prefeitura em suas redes sociais sobre a programação, divulgada menos de uma semana antes do início dos eventos, gerou uma série de comentários de moradores, turistas e entidades perguntando sobre a realização do Luau Elétrico, sendo que o perfil do próprio município respondeu como se a atividade da prefeitura fosse o mesmo evento que o realizado pela comunidade. O tema foi parar também na Câmara de Vereadores do município, onde os legisladores Urbano D´Ávila (PTB), que é músico, e Juninho Bugio (PV), morador de Pontal, clamaram ao prefeito que olhasse pela situação e respeitasse o evento tradicional da comunidade.

Preto Pires alega sugeriu que o evento de quinta-feira fosse realizado pela prefeitura em outra localidade do bairro, já que outros espaços também precisam de movimento, enquanto se mantivesse a praia para o luau, com seu formato tradicional. Agora, com o ano já iniciado, o artista enxerga com dificuldade a realização do evento como costumava acontecer.

Em contrapartida, além de reivindicar que o evento volte a ser realizado como costumava ser antes da pandemia, os organizadores do Luau Elétrico pedem que seja dado espaço ao evento para acontecer junto à programação do dia 20 de janeiro, em que a atração principal será Jammil, de renome nacional, como forma de dar alguma visibilidade para o projeto.

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