Sexta, 19 Abril 2024

Sindicato aciona o MPT contra aumento de expediente de coveiros em Colatina

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A pandemia do coronavírus aumentou o número de mortos, e, consequentemente, a sobrecarga de trabalho dos coveiros de Colatina, noroeste do Estado. Não bastasse isso, a gestão do prefeito Sergio Meneguelli (Republicanos) alterou ainda mais a rotina desses servidores, ao implantar extensão de carga horária sem pagamento de hora extra, não contratar número suficiente de profissionais, nem disponibilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o que motivou o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Colatina e Governador Lindemberg (Sispmc) a acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Segundo a presidente da entidade, Eliana de Fátima Inácio, a carga horária dos coveiros é de 7h às 16h. Entretanto, a prefeitura estendeu para às 18h. Ela relata que o número de enterros em Colatina cresceu 22% se comparado com o período de janeiro a junho de 2019, o que gera sobrecarga de trabalho. A situação se agrava diante da quantidade insuficiente de coveiros. São nove no total, dois atuam no cemitério de Itapina e os outros sete se dividem entre os cemitérios São Francisco, São Vicente e Jardim da Paz. 

Os coveiros relatam que, desses nove, três foram contratados durante a pandemia. Entretanto, um está impossibilitado de trabalhar por falta de uniforme e EPIs. Outro não tem porte físico para exercer a atividade plenamente por ter sobrepeso e dificuldade para se movimentar dentro dos túmulos. Outra queixa dos trabalhadores é que a prefeitura quer que os coveiros economizem sacolas, mas eles afirmam ser impossível, pois são necessárias de três a quatro quando os túmulos ocupados são abertos. Uma para depositar a madeira do caixão, outra para colocar os restos mortais e a última para as vestes, que segundo eles são as roupas do defunto e o pano do caixão. 

Cariacica contrata empresa 

Em Cariacica a situação dos coveiros também é precária. Em sete de junho, o Sindicato dos Servidores Municipais de Cariacica (Sindismuc) encaminhou ofício para a Secretaria de Serviços, reivindicando materiais de higiene, como sabão e sabonete, além de pedir que a administração do prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Júnior (Cidadenia), o Juninho, tome providências em relação às precárias condições de trabalho desses servidores.

Segundo o sindicato, eles estavam cumprindo suas funções em condições análogas à escravidão.
O presidente do sindicato, Luciano Constantino, afirma que de lá para cá a mudança foi que a prefeitura contratou uma empresa para administrar os cemitérios. Entretanto, ainda cabe à administração municipal fazer as melhoras na infraestrutura desses espaços.

Uma das situações mais críticas, de acordo com informações contidas no ofício enviado em junho para a prefeitura, é a do cemitério de Nova Rosa da Penha, onde não há banheiros para os trabalhadores, que faziam suas necessidades fisiológicas na capela mortuária, hoje interditada pela Defesa Civil. 

Outros problemas encontrados nesse cemitério foram a falta de vestiário, local para descanso e refeitório; além da ausência de água potável. Alguns desses problemas, principalmente falta de vestiário, local para descanso e refeitório, se repetem em outros cemitérios, como os de Novo Brasil, Pedro Fontes, Cariacica Sede, Oriente e Alto Lage, como aponta a entidade. Somente os de Cruzeiro do Sul e Bairro Aparecida não registram situação semelhante.

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