Quinta, 25 Abril 2024

​A porta da rua se abre

Os sinais ficam mais fortes a cada dia, com visíveis indicativos da queda de Jair Bolsonaro antes da eleição de 2022. A afirmativa, à primeira vista absurda, se torna plausível se observadas mais atentamente as revelações brotadas na CPI da Covid, que trazem à tona fortes indícios de corrupção na compra da vacina Covaxin, e as manifestações como a do dia 19 deste mês, sinalizando um poderoso levante popular. São dois fatores essenciais para colocar um ponto final à gestão fascista atual.

Nesse contexto histórico, Bolsonaro vai definhando junto a setores tradicionalmente assentados em sua base política, inclusive militares e evangélicos, e já não consegue levantar justificativas razoáveis, passando a descontrolar-se, como ocorreu nessa segunda-feira (21), ao agredir verbalmente jornalistas e a própria imprensa na cidade de Guaratinguetá. Uma demonstração de que só lhe resta o uso da brutalidade que é a marca do seu governo.

Essa postura também é adotada entre seguidores alinhados ao chefe, como os deputados estaduais Carlos Von (Avante) e Capitão Assumção (Patri). Nesta quarta-feira (23), para um plenário esvaziado na Assembleia Legislativa, os dois voltaram a atacar os movimentos sociais e partidos progressistas, em especial o PT e Psol, com xingamentos e elevado nível de desinformação.

Assumção chegou a dizer que a Argentina está vivendo uma "ditadura do proletariado e as pessoas matam cachorro para se alimentar", repetiu a fake news de que o governo petista mandou dinheiro para construir um porto em Cuba e reclamou dos portos no Espírito Santo. Nem de longe, porém, tocou no processo de privatização da Companhia Docas do Estado (Codesa), em total desconhecimento das coisas que, de fato, interessam à sociedade.

A estratégia é bater na tecla de que a economia vai bem e tachar os partidos progressistas de "escória", "petralhas" e denominar o ex-presidente Lula, como fizeram Assumção e Carlos Von, de "ladrão de nove dedos". Tentam manter o cenário irreal e injusto para encobrir o desmonte do Brasil promovido pelo governo Bolsonaro, agora envolvido em suspeitas de corrupção em operações de compra de vacina contra a Covid-19, com sobrepreço de cerca de mil por cento. Essa é a porta que se abre e que deve ser escancarada nos próximos dias.

São fatos que ampliam o degaste do governo, fortalecidos com as manifestações de rua, notadamente a do dia 19, quando cerca de oito mil pessoas participaram da carreata, em Vitória, pedindo a saída de Bolsonaro antes das eleições de 2022. No Brasil, a estimativa é de 750 a 800 mil manifestantes.

O noticiário nacional já dá conta de movimentação do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB-RS), da insatisfação em setores militares de alta patente e do desgaste junto aos evangélicos. Forma-se um cenário favorável à saída de Bolsonaro, atualmente sem condições de, desrespeitando a Constituição Federal, tentar um golpe contra as instituições para manter-se no poder. Tarefa complicada, não só pela divisão interna nos quartéis, inclusive nas policias militares, mas pela força das ruas demonstrada nas últimas manifestações.

Seu destino é a rua e, para se fazer justiça, a cadeia.

Veja mais notícias sobre Colunas.

Veja também:

 

Comentários: 1

Flavio Berthoud. em Sexta, 25 Junho 2021 09:53

Ler esse tipo de matéria me da a certeza que nossos pseudos jornalistas são 100% analfabetos.
O resultado apurado dessa falsa acusação será uma ótima propagando gratuita para ajudar Bolsonaro22 ser reeleito no 1º turno.

Ler esse tipo de matéria me da a certeza que nossos pseudos jornalistas são 100% analfabetos. O resultado apurado dessa falsa acusação será uma ótima propagando gratuita para ajudar Bolsonaro22 ser reeleito no 1º turno.
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/