Quarta, 01 Mai 2024

A ratoeira

Antes que setembro acabe, como acontece a cada ano, vamos lembrar a dama do crime, Agatha Mary Clarissa Christie, Lady Mallowan, cujos livros são ainda editados e lidos em quase todos os pontos do mapa global. Agatha nasceu em um brumoso 15 de setembro de 1890, em Torquay, Inglaterra. Suponho que tenha sido um dia brumoso, em sendo nos tempos de Conan Doyle e Sherlock Holmes. Êta povinho pra gostar de crimes complicados com final infeliz para o culpado: o castigo tarda mas não falha.

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As estatísticas americanas nos informam que mais da metade dos assassinatos praticados no país não são solucionados, e acredito que na Inglaterra deve ser a mesma coisa. Esses dados crescem a cada ano graças ao considerável aumento das armas de fogo. O que não causa surpresa é que na maioria dos assassinatos não resolvidos a vítima é negra. Imaginemos como anda essa situação no Brasil, agora que estamos até exportando criminosos.

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Nos 66 livros da dama inglesa, porém, nenhum criminoso conseguiu escapar. Miss Marble e Hercule Poirot nunca falhavam, como não falhavam tantos outros famosos caçadores de criminosos da literatura universal. Por mais complexo que seja o esperado final inesperado, não há margens para dúvidas: no final o bem sempre vence. Resta apenas saber quem e porquê: Whodunit? O criminoso sempre deixa pistas que a polícia não consegue captar, mas que não escapam ao faro infalível dos detetives de papel.

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Entre todos os escritos da famosa dama inglesa, uma peça de teatro se destaca: A Ratoeira. Escrita como presente de aniversário para a Rainha Mary, consorte do Rei George V, a peça foi encenada pela primeira vez no Teatro Royal, em 1890, tornando-se desde então a peça de teatro há mais tempo em cartaz no mundo todo. Parou em 2020, quando uma pandemia devastou o mundo, mas voltou em grande estilo em 2021. Desnecessário mencionar os muitos filmes que a história já rendeu.

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Agatha deu os direitos da peça como presente de aniversário ao neto - ele ficou feliz? Aos oito anos, ele queria uma bicicleta. Enquanto isso, a greve dos escritores americanos continua, o que quer dizer que os autores registrados no poderoso WGA (Guia dos Escritores Americanos) não podem vender suas obras para cinema, teatro, TV, livros, etc. O que jogou a atriz Drew Barrymore no olho do furacão: atrizes não pertencem ao guia, mas os autores dos textos pertencem. A bela chorou, pediu desculpas, mas o show vai para o ar.

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Agatha Christie: Aprendi que não se pode dar marcha a ré, que a essência da vida é ir sempre adiante. Na verdade, a vida é uma rua de mão única.

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