Quinta, 25 Abril 2024

A Ufes, indignada!

“Em função dos cortes orçamentários impostos pelo governo federal às instituições federais de ensino superior, a Administração Central da Ufes torna público, com muito pesar e indignação, ter sido obrigada a tomar a decisão de suspender as bolsas do Programa Integrado de Bolsas (PIB), o que inclui as bolsas vinculadas aos Projetos Especiais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Paepe) I e II, à Iniciação Científica e à Extensão”. 



Assim se inicia nota oficial da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), divulgada nessa segunda-feira (2), que revela o descalabro provocado pelos cortes impostos à área educacional do Brasil pelo governo Jair Bolsonaro. Sem alternativa, a administração central da Ufes diz que “não há garantias quanto à execução orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional e sobre o qual fez seu planejamento para o ano de 2019”.



Em consequência, o Programa Integrado de Bolsas (PIB) da Ufes, uma política que alcança excelentes resultados há décadas, durante esses 65 anos de funcionamento da instituição, é duramente atingido, com graves prejuízos das atividades de ensino, pesquisa e extensão. 



De forma destacada, coloca em risco a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade social, de fundamental importância para manter a inclusão social nessa sociedade de extrema desigualdade. 



As linhas de atuação do governo federal direcionadas à educação se caracterizam por um obscurantismo extremamente profundo, que vai de bizarras teorias de terraplanismo a perigosas práticas, como por exemplo negação da presunção de inocência, entre tantos outros que se opõem a qualquer avanço no campo social e político.



Nesse contexto, quando os direitos humanos são apontados como vagabundagem pelo próprio presidente da República, o que esperar de bom para a sociedade? Os cortes na educação têm, portanto, uma razão de ser, se considerada essa visão distorcida dos atuais governantes. 



Obstruir o ato de racionar por si mesmo, no livre exercício do pensamento crítico, é a pior forma de autoritarismo, a partir da qual o ser humano perde sua capacidade intrínseca e passa a existir como mero objeto, levado para onde seus algozes desejarem. O país experimenta essa situação, que clama por uma tomada de decisões claras e objetivas da sociedade que ainda se mantém lúcida, sem as quais os avanços das sombras da ignorância se expandirão sem qualquer limite.



No presente caso, não se trata, como pretende o governo Jair Bolsonaro, de vazias colocações de esquerda ou de direita, apenas no campo ideológico, mas de necessidades básicas da população, que devem merecer prioridade nos programas de gestão pública. Dentre elas, o lugar da educação é no topo da pirâmide. Se não for dessa maneira, resta a indignação, não só da Ufes, mas de toda a sociedade. 

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