Segunda, 06 Mai 2024

Abaixo a unanimidade

 

O governador Renato Casagrande (PSB) vem se desdobrando para manter o modelo da unanimidade nas eleições de 2014. A disputa dos sonhos do socialista seria "vazia", de preferência com vitória retumbante no primeiro turno. 
 
 
Para que o modelo da unanimidade idealizado pelo ex-governador Paulo Hartung (PMDB) vingue novamente nas eleições de 2014 - como vem acontecendo desde 2002 nas últimas seis eleições  - Casagrande só dependeria de um bom jogo de cintura para acomodar as principais forças políticas.
 
Com exceção do senador Magno Malta (PR), que não precisa e não quer se sentar na mesa de Casagrande, as lideranças da base aliada não oferecem resistência alguma para se render às regras do jogo da unanimidade imposto pelo socialista. 
 
Não fossem as movimentações nacionais, a disputa ao governo em 2014 no Espírito Santo tinha tudo para ser protocolar. Mas a decisão do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, de antecipar sua entrada na corrida presidencial, embaralhou as cartas de Casagrande, que já estavam todas marcadas. 
 
A recente reunião do governador com as lideranças do PT para tentar apaziguar os ânimos e manter a base coesa não convenceu. Os petistas, pressionados pela nacional, já perceberam que não terão como ignorar as orientações do partido. Mesmo porque, a reeleição da presidente Dilma, apesar do favoritismo momentâneo, não deverá ser tão tranquila como a passada. Consciente da dificuldade reservada a estrela maior do partido, o PT vai fazer questão de não desperdiçar nenhum voto para Dilma.
 
A candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) é outra que deve impor um novo palanque no Espírito Santo. Já que o tucano também vai precisar pedir votos para os capixabas. 
 
Toda essa movimentação vem tirando o sono de Casagrande, que ainda não desistiu de tentar empregar mais uma vez, mesmo que seja a última, o modelo da unanimidade. 
 
No pior dos cenários para Casagrande, mesmo que o PT tenha que ficar de fora do palanque do socialista e até lançar candidatura própria ao governo do Estado para acolher Dilma, é certo que os petistas não se transformarão em adversário do governo. 
 
Já os tucanos, que estão cada vez mais incrustados no governo, com direito a QG no Bandes, também não parecem dispostos e assumir o papel de oposição a Casagrande.
 
Por eliminação, restaria ao senador Magno a missão de fazer oposição ao candidato da situação. Por isso há uma movimentação tão intensa das principais lideranças do PR em demover a ideia da cabeça de Malta, como se a candidatura do republicano não fosse legítima. 
 
Os lideranças do PR, antes de pensar o que é melhor para seus projetos pessoais, deveriam considerar que a entrada de Magno Malta na disputa fortalece a democracia.
 
Poderíamos ter uma disputa com polêmicas, contestações, cobranças, discórdia. Enfim, haveria espaço para o contraditório e todos os seus coadjuvantes. Elementos que enriquecem o debate e evitam que a disputa seja meramente protocolar.

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