Terça, 07 Mai 2024

Acabou a paciência!

A total inabilidade do governador Casagrande em lidar com as manifestações populares, em especial com a questão do pedágio da 3ª ponte, pode lhe custar a reeleição e arranhar definitivamente sua carreira politica. Junto com ele estão sendo puxados a rodo deputados que ainda lidam com a politica como nos tempos dos coronéis, ora cedendo ao poder da grana, ora mentindo e se fazendo passar por compreensíveis aliados dos manifestantes, mas que por trás dos panos, em reuniões secretas, tramam contra os anseios populares se escondendo em prazos, falsas legalidades e adulando prováveis financiadores de campanhas, ainda vivendo na ilusão de um eleitor desinformado e de fácil manuseio.
 
O pior ainda está por vir, a insatisfação popular cresce e desmascara as bases partidárias, exigindo não mais discursos inflamados e demagógicos, como os do oportunista senador Magno Malta (PR/ES), e sim atitudes verdadeiras em prol das mudanças ansiadas. Mal necessário, os partidos políticos se transformaram em pastos, onde ruminam políticos sem propostas concretas e falseadores do mandato que lhe foi conferido, são usados em causas próprias e cada vez mais longe do povo, do qual deveriam ser representantes. Hoje politico se tornou sinônimo de falcatrua, desperdício do dinheiro público, impunidade e desrespeito social.
 
A proposta de se fazer uma reforma politica, há décadas se arrasta sem avançar nenhum centímetro, emperrada pela má vontade, pelo comodismo e medo de que as mudanças ponham em risco os privilégios adquiridos com os mandatos, conseguido muitas vezes alheio as urnas como os chamados “suplentes”, que não passam de aberrações impostas e sem amparo eleitoral.
 
Referendo ou plebiscito? O que é mais oportuno e facilitador do continuísmo?  Se pesarmos bem, a oportunidade de sermos ouvidos se apresentam exatamente quando vamos às ruas, é lá que dizemos “sim” ou “não”, é nas ruas que estamos repudiando anos e anos de cabeça baixa assistindo, em nosso nome, vereadores, deputados e senadores, aumentarem seus próprios salários, violentarem as instituições e zombarem da justiça se escondendo na impunidade parlamentar. A intranquilidade social gerada pelos tais representantes do povo, é o verdadeiro vandalismo das manifestações.
 
Precisamos urgente de uma reforma politica sim, não simplesmente de uma reforma eleitoral que nada vai mudar no conteúdo, mas apenas enfeitar a embalagem. Temos de conquistar o direito à investigação, abrir processos populares contra quem usa nosso nome e o nosso voto para chafurdar no chiqueiro de corrupção que se tornaram os “palácios”.
 
Temos de impor um estágio probatório a cada mandato, abrir canais para a cobrança das atitudes tomadas por cada cargo, aprovar indicações a cargos comissionados e exigir currículos relevantes para os que ocupam as comissões, para não cairmos em novos Marco Felicianos – (PSC/SP) por exemplo. Aprovar e investigar orçamentos, licitações e dotações orçamentárias. E aprimorar o foro não privilegiado mas diferenciado, para apurar com mais veemência os crimes políticos, acabando definitivamente com a imunidade parlamentar, tratando com mais rigor e celeridade quem se utiliza da maquina estatal como se fosse uma privada pública. Precisamos sim de uma verdadeira reforma politica e não da politicagem que está aí. O aviso das ruas está dado e nós  já estamos sem paciência.
 
 


Luiz Felipe Rocha da Palma (Phil Palma) é publicitário. Nas "horas vagas" (às quartas) comanda o programa “Praia do Phil” pela rádio Universitária FM, onde defende os LGBTs e denuncia a homofobia. Fale com o autor:

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Quarta, 08 Mai 2024

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