Segunda, 06 Mai 2024

As regras do jogo

Observado os estatutos de alguns sindicatos, a coluna ficou estarrecida com determinados itens. Por exemplo, uma luta antiga para criação das comissões eleitorais, foi simplesmente abandonada em alguns sindicatos. No dos Rodoviários, quem manda na eleição é o presidente.



Em meados deste ano, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Pública no Estado (Sindilimpe) realizou eleições. Disputaram dois candidatos, o então presidente José Luiz, que é da Articulação de Esquerda do PT, por enquanto, e o tesoureiro do sindicato, Levy Guilherme, que é da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), também do PT. José Luiz, que há algum tempo flerta com o Psol, conseguiu levar seus novos amigos para a eleição, sendo assim, foi reconduzido à presidência sem maiores problemas.



O Psol defende a ideia de intersindicais, o que diminui ainda mais o papel do sindicato. No sistema atual, com os sindicatos regidos pelas centrais, ainda há um fortalecimento das entidades, com a intersindical a coisa fica diluída entre esse grupo e as demandas de cada categoria perdem força. Além disso, a estrutura fica na mão de quem eles querem, e aí adeus estatuto.



O próximo ano será marcado por eleições sindicais. É bom que as categorias fiquem em alerta para essas manobras que estão acontecendo dentro dos sindicatos. Cada vez mais há um afastamento da atividade sindical, em função dos interesses dos dirigentes.



Os sindicatos hoje têm servido meramente de trampolim político para que alguns desses dirigentes – é bom lembrar que não são todos – possam ganhar visibilidade, podendo assim disputar cargos políticos eletivos ou não.



É claro que a chegada de um dirigente sindical a um cargo político deve ser aplaudida, já que no mandato ele tem mais condições de representar os interesses da sociedade e fortalecer o sindicato. Mas não dá para entender porque esse apego tão grande ao cargo sindical.



José Luiz, por exemplo, foi vereador em Cariacica, poderia ter disputado uma recolocação na Câmara, aventou até a prefeitura, mas preferiu permanecer à frente do sindicato e, diga-se de passagem, a eleição criou um clima nada saudável na categoria, com fortes trocas de acusações entre os candidatos, que na verdade faziam parte do comando da entidade.



A reeleição de José Luiz foi tranquila, mas os bastidores revelaram um clima tenso, pesado, que até justifica algumas acusações apontadas pelo adversário.



Diante desse cenário é importante alertar as categorias que o dirigente não pode mudar o estatuto a seu bel prazer. Justiça do Trabalho existe para evitar esse tipo de manobra. Fiquem de olho.

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