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Assédio financeiro

Frente ao avanço da crise, em casa, as despesas aumentam e a receita comporta cada vez menos esta realidade. Mesmo com todo o malabarismo que vem sendo adotado, incluindo o “rodízio de contas”, passa a demandar complemento para pagar todas as despesas que ainda ficam descobertas no mês. Daí vem a “tentação” de contratação de empréstimo.
 
Na hora do imprevisto, do aperto, vendo a vulnerabilidade de sua família, pouca razão e tempo sobram para usar numa fase prévia e necessária, como a de pesquisar e negociar opções de empréstimos. Lembrando que a informação é a principal arma do cidadão no combate as práticas abusivas, além dos direitos.
 
É até aceitável esse imediatismo, pois não adianta florear a situação se a barriga estiver roncando de fome, se houver risco de despejo, de perder um bem ou caso de doença na família.
 
Por isso, ter reserva, monitorar e controlar as finanças pessoais são tão importantes, para não sermos pegos de surpresa, porque frente a ela, o emocional toma as rédeas da situação e, geralmente, as decisões tomadas por impulso são menos qualitativas e sustentáveis do que àquelas planejadas.
 
Na fragilidade do momento surgem os oportunistas, que aproveitam para oferecerem e “empurrarem” produtos milagrosos, dividido em muitas e em “suaves” prestações, que até “cabem no bolso”. Sem fazer conta, o risco da inadimplência aumenta.
 
É o que registraram no mês de maio, pesquisas do SPC Brasil e do SERASA Experian – o aumento da inadimplência, principalmente, entre os idosos.
 
Considerando que, geralmente, o idoso já está aposentado, contando apenas com esta fonte de renda e, pela própria fase que se situa no ciclo de vida familiar, consome mais receita com a categoria saúde, seja com o plano de saúde e/ou em medicamentos de uso contínuos, do que com alimentação.
 
Além disso, pesquisas sobre os endividados e inadimplentes nessa faixa etária, apontam que eles se endividam, principalmente, para ajudarem seus filhos, suas famílias.
 
Cabe citar que a faixa etária mais inadimplente está entre os 41 e 50 anos de idade (19,2%), formada por chefes de família que, também pelo cenário atual, estão mais vulneráveis ao risco de desemprego.
 
Se o atual momento de adversidade econômica gerar dificuldade ou descontrole financeiro, além de procurar as informações específicas sobre o empréstimo – montante da dívida, prestações, juros, prazos, taxas e outros dados, é importante também considerar a sua faixa etária, a sua empregabilidade, a capacidade de conseguir renda extra, pois são informações imprescindíveis para a análise de viabilidade e para a tomada de decisão, porque se houver algum imprevisto, a segurança poderá ser garantida por um tempo, caso contrário, tende a engrossar a lista de inadimplentes.
 
A opção de empréstimo deve ser uma das últimas alternativas, mas, se tiver que utilizá-la, lembre-se de comprometer até, no máximo, 30% da sua renda mensal.
 
Em tempos de crise, reforce a busca e use as informações, os direitos e o senso crítico. Jogue a seu favor!

Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br

https://sites.google.com/site/saudefinanceiraivanamzon/

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