Sexta, 03 Mai 2024

Atacadão

 

As doações de campanha das poluidoras do Estado este ano, Aracruz Celulose (Fibria) e ArcelorMittal, mostram como ficou ainda mais lucrativo para as empresas “comprar” a classe política do Estado. Com apenas uma exceção, cada candidato a prefeito da lista custou no geral R$ 50 mil aos cofres da Aracruz e R$ 40 mil da Arcelor. Embora com o câmbio bem abaixo do que nos velhos tempos áureos, a Aracruz continua liderando os financiamentos. Mas a Arcelor desta vez se dispôs também a molhar a mão de candidatos a vereador na Serra e em Cariacica, que saíram bem mais baratinhos, no máximo R$ 5 mil. São com estes preços que os políticos do Estado ficam atrelados às poluidoras, o que custa um mandato inteiro de omissão e “rabo preso”. No caso das campanhas mais caras, nos principais municípios capixabas, que chegam à casa dos milhões, a situação é ainda pior - R$ 50 mil e R$ 40 mil a mais, ou a menos, que diferença faz, a não ser beneficiar as poluidoras? As empresas não destinam seus recursos de graça, a cobrança vem depois e a conta é alta. O ônus e o bônus são claros, é só colocar na balança. Os políticos têm muito mais a perder do que ganhar. 
 
No topo
Quem levou a maior quantia, ao todo R$ 80 mil, da Aracruz Celulose, foi o prefeito eleito do município de Aracruz, deputado estadual Marcelo Coelho (PMDB). Por razões óbvias. 
 
Pinga-pinga
Embora os candidatos do segundo turno ainda não tenham computado suas prestações de contas, a segunda parcial já indicava o comparecimento da Aracruz nas campanhas do prefeito eleito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), e do candidato tucano, Luiz Paulo Vellozo Lucas. A empresa foi democrática e compareceu com R$ 50 mil. Esse número, porém, ainda pode subir. 
 
Pinga-pinga
O mesmo valor foi destinado para o prefeito eleito em Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), e Max Filho (PSDB), terceiro colocado na disputa – levou mais R$ 30 mil da Arcelor. No caso do demista, também podem surgir surpresas. 



Na Serra...

A Arcelor também foi democrática, R$ 40 mil para o prefeito eleito Audifax Barcelos (PSB) e mais R$ 40 mil para o atual, Sérgio Vidigal (PDT). O socialista também levou da Aracruz R$ 50 mil.
 
Contraditório
Se muitos candidatos não precisam do dinheiro das poluidoras, menos ainda a deputada federal Iriny Lopes (PT), que tem histórico de militância em favor dos índios e quilombolas. A petista recebeu R$ 50 mil da Aracruz e R$ 30 mil da Arcelor. Ela arrecadou R$ 2.201.500,00 para sua campanha. Compensa?
 
Contraditório II
Merece registro ainda as doações do presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia, Sandro Locutor, que fora o detalhe da função que ocupa, é do PV. Recebeu dinheiro da Arcelor, R$ 12 mil, e ainda da CTA, uma espécie de herdeira da Cepemar no campo de licenciamentos ambientais do Estado, e da Fertilizantes Hering. 


Segue...
Não surpreende nem um pouco o caso de Locutor, basta considerar a atuação inexpressiva que ele tem à frente da Comissão, sem promover qualquer debate ou ação relevante para o Estado. O lema dele é muito discurso e nenhuma prática. 
 
Camuflada
No bolo de doadores, está difícil identificar a Vale, que só comparece por meio de suas subsidiárias. Mas certamente deve estar na área. 
 
140 toques
“Em Mantenópolis com o governador. Em Alto Rio Novo, entrego emenda parlamentar e participo de inauguração do CRAS com Casagrande”. (Deputada federal Iriny Lopes – PT – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
“Vamos comigo, para você dividir as vaias”. Itamar Franco 

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