Quinta, 25 Abril 2024

Ato canhestro e ditador

 

 
Não é de se estranhar que o prefeito de São Mateus, Amadeu Boroto (PSB), seja um pertinaz defensor da ideia de privatizar o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) que serve o município. A proposta defendida por Boroto já foi alvo de uma enxurrada de denúncias País afora, pois havia e ainda há muita gente que já se atinou para o fato de que o sistema de águas pode ser uma mina cristalina de dinheiro.
 
Boroto, assim como tantos outros prefeitos, aponta a privatização dos serviços como a solução para os problemas de saneamento básico que ainda afetam boa parte dos mateenses, sobretudo os mais pobres. 
 
O prefeito pôs o plano em ação e só não o efetivou graças à denúncia de um atuante cidadão, que denunciou ao Ministério Público Estadual a ausência de publicidade dos valores da contratação da empresa que já estava engatilhada pela comissão de licitação da SAAE. 
 
Após tomar conhecimento da gravidade da denúncia, o promotor de Justiça Edílson Tigre Pereira não pensou duas vezes para jogar um balde de água fria nas pretensões privativistas do prefeito. O promotor foi preciso ao ponderar as entrelinhas no negócio: “Uma dívida de 30 anos para o povo pagar, cujo montante com algumas correções ultrapassará R$ 600 milhões. Sem dúvidas, essa atitude canhestra e ditadora merece uma efetiva fiscalização por parte do legislativo local”, assinalou Tigre Pereira, provocando a Câmara de São Mateus. 
 
Mesmo após a promotoria recomendar a suspensão do edital de concorrência, a direção do SAAE manteve a sessão que definiu as empresas participantes do negócio, mas os promotores conseguiram suspender o certame e evitar que a população fosse lesada. 
 
Em tempos eleitorais, os adversários do prefeito, que é candidato à reeleição, aproveitam para pegar carona no caso e tirar alguns votos do prefeito. É bom lembrar também que alguns oportunistas vereadores que agora se colocam na condição de defensores dos interesses da população, deixaram de cumprir uma das funções primordiais do legislativo municipal: fiscalizar o Executivo. 
 
É importante ressaltar também que a denúncia só veio à tona e o negócio só não foi consolidado até agora graças à iniciativa de um anônimo cidadão, que percebeu a manobra e levou o caso ao Ministério Público que, por sua vez, impediu que o prefeito, numa manobra ditadora, fizesse um contrato às canhas lesivo aos interesses da população. 

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