Sábado, 27 Abril 2024

Balaio eleitoral

O tempo passa muito rápido e coloca as eleições municipais de 2020 às portas, mesmo faltando um ano para acontecer. É tempo de articulações, de avanços e recuos, o maior deles o da empresária e agora ex-pré-candidata à Prefeitura de Vila Velha Tayana Dantas (Cidadania). 


Por envolver pesos-pesados no jogo político, como o ex-governador Paulo Hartung, observado atentamente pelo governador Renato Casagrande (PSB), os movimentos em Vila Velha, o segundo maior colégio eleitoral do Espírito Santo, não são ações isoladas. Exercem influência no balaio eleitoral na Grande Vitória, com estreita relação com a disputa ao governo em 2022. 


Casagrande tentará a reeleição, ninguém duvida, e, desde já, constrói a estrutura necessária para avançar, tendo que ficar atento ao que se arma em seu entorno a partir as eleições do próximo ano. Em Vila Velha, a saída de Tayana fortalece o antigo sonho do deputado estadual Hércules Silveira, o Dr. Hércules (MDB), que conversa com o ex-prefeito e ex-deputado federal Neucimar Fraga (PSD). Ponto para o governo. 


Se firmada, com essa parceria ele terá cacife para enfrentar o aparente favoritismo do prefeito Max Filho, aposta do PSDB para se recuperar no Estado, depois do desastrado desempenho nas eleições de 2018, com o então vice-governador César Colnago à frente. 


É o que resta para o PSDB na Grande Vitória, considerando as reduzidas chances no município da Serra do deputado Vandinho Leite, atual presidente, admirador do governador paulista, João Doria (PSDB), e aguerrido opositor do governo local. Ele está muito atrás da colocação do deputado federal e ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT), segundo estimativa do mercado político. 


Do lado do ex-prefeito, há a tendência em manter a aproximação histórica com o ex-governador Paulo Hartung, que o afastaria de Casagrande, mas, como no balaio há lugar para tudo, ele acena para interlocutores de Bolsonaro (PSL), a fim de mostrar serviço aos eleitores. Está bem na foto, apesar das barreiras que poderão vir à tona na esfera judicial.    


As articulações não param, os políticos não dormem, mantêm um olho no padre, outro na missa. Assim convivem o governador e o presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), em clima ameno, mas que deverá se transformar em nebuloso a partir da confirmação das candidaturas ao governo do deputado de Amaro Neto, estrela dos Republicanos, e do deputado estadual Lorenzo Pazolini (sem partido) à Prefeitura de Vitória, praticamente acertadas. É oposição firme ao governo.


Da forma como já está colocada na Assembleia pelo deputado Pazolini, integrante do bloco dos independentes, onde circula, também, o pessoal do PSL, Danilo Bahiense (PSL), candidato em Vila Velha, com Hudson Leal (Republicanos), na corrida para passar à frente, Euclério Sampaio (sem partido), em Cariacica, e Capitão Assumção (PSL), que, além do posicionamento oposicionista, marca o mandato pela incitação à violência. 


Completam o grupo mais dois cuja atuação fica sempre no chove não molha. O coronel Alexandre Quintino (PSL), sempre votando com o relator, e o comunicador Torino Marques (PSL), ainda sem se dar conta que o Plenário da Assembleia não é um estúdio de TV ou uma cabine de rádio. Estão fora do clima, são políticos de um só mandato, embora nada se possa afirmar nesse tempo bizarro, em que até Bolsonaro se tornou presidente da República. 


É com Pazolini que estará, também, o ministro adjunto da Cidadania, o ex-deputado federal Lelo Coimbra, presidente estadual do MDB, em busca de recuperar o esfacelamento do partido, mantido durante longo tempo sob a influência de Paulo Hartung. Perto de superar a disputa interna no partido, Lelo percorre o Estado em missão reconciliadora com o eleitorado, sem saber ainda seu lugar em 2020 ou 2022. 


De qualquer forma, vai estar no jogo, onde cabe, num canto, o deputado estadual Sergio Majeski, que, mesmo isolado em seu partido, o PSB, está no campo, muito bem posicionado e disposto a enfrentar barreiras de toda espécie para viabilizar sua candidatura em Vitória, onde seu capital político deixa os prováveis adversários em desvantagem. 

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