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Boicote

Não há como negar: a senadora Ana Rita (PT) fez um bom trabalho como relatora da CPMI que investigou a violência contra a mulher no país. Conseguiu finalizar o relatório com recomendações importantes, lançou luz ao problema que atinge em cheio o Espírito Santo, e entregou em mãos à presidente Dilma Rousseff o documento em sessão solene realizada nessa terça-feira (27) no Congresso Nacional – foi a terceira vez que a presidente esteve lá desde que assumiu o cargo. Antes disso, já havia apresentado o documento ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, e aos próprios deputados estaduais e autoridades do Estado. É uma senadora da terra e o assunto é extremamente relevante para nós, que amargamos o topo dos índices de homicídios contra as mulheres no ranking nacional. Mas desde o início dos trabalhos, lá atrás, as ações não têm qualquer destaque na imprensa corporativa. Nem mesmo agora, após a solenidade com a presidente. Em relação ao nome da senadora, então, nem se fala, quanto mais puder esconder, melhor. Bom, agora vamos lá: a quem interessa evitar que Ana Rita ganhe visibilidade? Ao ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e ao ex-prefeito de Vitória João Coser (PT). A questão é exatamente esta: política. Não há outra explicação. 
 
Boicote II
Veja somente o exemplo desta quarta: o assassinato de mulheres no Estado é capa de A Gazeta, mas nada do relatório. Na única matéria que fala da ida da presidente ao Congresso, há uma linha sobre a entrega do documento, sem citar a senadora. Já A Tribuna fez uma foto-legenda, com informações bem resumidas. Como Ana Rita está em todas as imagens, ganhou uma linha, que se resume a dizer que ela fez a entrega do relatório. E ponto. 
 
Boicote III
Não é novidade que Coser se movimenta para tirar a senadora do páreo, já que ela seria a candidata natural do PT. Para isso, manobra para bloquear Ana Rita dentro do partido. Hartung, como sempre, fica nessa de “vou não vou”. Se for, a senadora incomoda. Se não, a senadora incomoda mais ainda, mas neste caso, o ex-prefeito.
   
Reaça
O deputado estadual Eustáquio de Freitas (PSB) – sempre ele! – resolveu tentar mais uma vez. Na sessão desta quarta-feira (28) voltou ao assunto dos protestos para repetir a ladainha de sempre, de que é a favor das mobilizações, desde que sejam pacíficas – sei! Tudo isso para chegar ao ponto que queria: recriminar os “black boys”. Isso mesmo, ele  disse “boys”. Falar do que não conhece dá nisso. E olha que Freitas é o único deputado “socialista” da Assembleia. 
 
Reaça II
Interessante que o deputado veio com esse papo logo após a repercussão do evento em Aracruz, onde estavam manifestantes vestidos ao estilo “black bloc” – o nome é este viu, Freitas? – e que acabou rendendo uma tremenda saia-justa para o governador Renato Casagrande. Para o deputado, não passa de um movimento anarquista que não contribui em nada com a democracia. Está “certo”, quem contribuiu são pessoas como ele. 
 
Reaça III
Se Casagrande depender de Freitas para ajudar o governo em alguma coisa, hein, está frito. Não acerta uma. 
 
Tudo anda
Em tempos de campanha eleitoral, até a polêmica dos 11,98% dos servidores da Assembleia Legislativa enxergou uma luz no fim do túnel. Quero ver como irá terminar, de fato. 
 
Nem disfarça
Ah, sério que o presidente da Câmara de Vila Velha, Ivan Carlini (ex-PR), vai para o DEM, partido do prefeito Rodney Miranda? Está sempre do lado de quem governa. 
 
140 toques
“Tolerância zero com a violência contra mulher deve ser compromisso de toda sociedade” – presidenta Dilma. (Deputada federal Iriny Lopes – PT – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
“O mal do governo não é a falta de persistência, mas a persistência na falta”. Barão de Itararé

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