Bolsonaro investe na ditadura
Jogado às cordas no canto do ringue que ele mesmo construiu, acuado cada vez mais pela manifestação contrária das elites financeiras e econômicas que o elegeram, divulgada semana passada, e derrotado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados na votação do voto impresso, Jair Bolsonaro parte para um dos poucos caminhos que lhe resta: engrossar os movimentos que possam levá-lo a um embate feroz com as instituições, na tentativa de estabelecer um regime ditatorial no país.
A justificativa oficial para o ato é a de levar ao presidente o convite para participar de treinamento da Marinha, mas, na realidade, o aparato é parte do conflito gerado na tomada de posição do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje menos acovardado para não ser sufocado, que representa barreiras necessárias à manutenção da democracia. Somadas às manifestações de rua, formam a frente de resistência que apavora Bolsonaro.
Não é de agora que ele constrói um cenário de trevas. Vem desde o começo da gestão. Essa arquitetura maligna conta com a cumplicidade do procurador-geral da República, Augusto Aras, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), guardadores fiéis de denúncias que poderiam desaguar no impeachment, e de empresários da fé cristã, como Silas Malafaia, repercutindo em casas legislativas nos estados e municípios.
No Espírito Santo, a nau dos insensatos é puxada pelos deputados estaduais Torino Marques (PSL) e Carlos Von (Avante), por meio de discursos sem conteúdo e cheios de denúncias vazias, e, na Câmara de Vitória, pelo vereador Gilvan da Federal (Patri) e suas bravatas próprias do autoritarismo fascista. Um terceiro, o também deputado estadual Capitão Assumção (Patri), mudou o comportamento, caracterizado na maioria das vezes por falta de decoro, que, não fosse o corporativismo dos colegas, já lhe teria custado o mandato.
Uma situação decorrente da frouxidão das instituições, como o STF, por exemplo, que atuaram a partir de 2016 para viabilizar a prisão do ex-presidente Lula e a eleição de um tipo como Bolsonaro à Presidência da República. O monstro, agora, mostra a sua face e, mesmo acuado, consegue tumultuar o país e investe em seus projetos de ditador, com desrespeito às instituições, dando mostra de que não acatará decisões contrárias a procedimentos que ferem as leis. Esse quadro entra no campo do imponderável, o que contribui ainda mais para o agravamento da crise em que o país se encontra.
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Comentários: 2
Bolsonaro presidente até 2026, depois elegemos o poste dele.
cavalao(apelido do mito) quanto mais persegue um paraquedista do Exercito mais forte ele fica mito ate 2026